Estão presos os quatro autores do assassinato do professor indígena Anderson Gomes Lopes Machado, 24, ocorrido no fim de semana na Aldeia Pirakuá, no município de Bela Vista. Ele foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). Os criminosos também são indígenas e mataram Anderson a golpes de foice para roubar dinheiro e a moto dele.
Anderson foi encontrado morto em uma estrada vicinal da aldeia. A moto estava abandonada a 200 metros do corpo, com indícios de tentativa de “ligação direta”.
Equipe do Setor de Investigações Gerais da Polícia Civil, acompanhada da perícia, compareceu ao local, fez os levantamentos iniciais e recolheu vestígios no local do crime. A partir de entrevistas preliminares e pelo testemunho de lideranças da aldeia, foi possível identificar, inicialmente, três autores do crime, sendo que um deles, E.V., 24, foi detido em flagrante ainda no domingo, dentro da comunidade indígena.
No dia seguinte, equipe da Polícia Militar localizou o segundo suspeito, E.A.E., 29. Considerando a perseguição ininterrupta, também foi preso em flagrante. Ambos tiveram suas prisões em flagrante convertidas em preventiva pelo Poder Judiciário.
Ainda, durante os interrogatórios dos suspeitos na delegacia, diante de várias contradições entre as versões apresentadas, foi possível determinar que um quarto indivíduo também teria participação no crime. A prisão preventiva dos dois foragidos também foi decretada.
Ontem (23), após troca de informações com a Delegacia de Bela Vista, equipe do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) localizou G.M.A., 24, terceiro suspeito contra o qual já havia mandado de prisão preventiva.
Finalmente, na manhã desta quinta-feira (24), o quarto suspeito, R.V.G., 31, também foi capturado pelo DOF, enquanto fugia para região de fazendas, já em Antonio João.
A investigação concluiu que os quatro indivíduos, por volta de 1h da madrugada de domingo (20), pediram ao professor que entregasse sua moto, uma Honda CB 250 Twister. Diante da negativa, passaram a golpeá-lo com uma foice e facões, na garganta e na cabeça. O grupo levou o par de chuteiras e a motocicleta do professor, mas não conseguiram ligar o veículo e o abandonaram.
Em interrogatório, os criminosos disseram que praticaram o latrocínio para conseguir dinheiro para comprar bebida alcoólica, pois estavam consumindo cachaça desde a tarde de sábado.
Foram apreendidas em posse de R.V.G. a foice utilizada no crime, a chave da motocicleta de Anderson e a chuteira levada da vítima, que era utilizada pelo próprio autor. Os quatro indivíduos foram encaminhados ao Presídio Máximo Romero, em Jardim.