O policial penal Alirio Francisco do Carmo foi um dos presos no âmbito da Operação Blindagem, deflagrada nesta quinta-feira (7) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra rede criminosa comandada de dentro dos presídios de Mato Grosso do Sul.
Residente em Campo Grande, Alirio ocupou cargos de chefia na Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) antes de se aposentar, agora em 2025. Como a investigação está em sigilo, não há detalhes sobre as acusações contra o servidor público, mas o Dourados Informa confirmou que ele foi preso na Capital. Há informação ainda não confirmada de que outros policiais penais também foram alvos de mandados.
Outro que foi preso na operação é Tiago Paixão de Almeida, o “Boy”, condenado a 18 anos por tráfico de drogas e apontado como líder do tráfico no Jardim Tijuca, em Campo Grande.
Conforme o Campo Grande News, Paixão foi localizado em um prédio residencial na Travessa Ana Vani, região central, onde policiais do Batalhão de Choque cumpriram mandados de busca, apreensão e de prisão. No local, não foram encontradas drogas ou armas, apenas celulares e documentos. Após a prisão, Tiago Almeida foi conduzido à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.
Um cabo do Exército Brasileiro também foi preso. Ele atuava como segurança particular de Tiago Paixão e sua família. O nome não foi informado. Na residência dele, os agentes encontraram diversas armas de fogo, sendo que uma delas constava como produto de roubo ou furto.
O advogado Luciano Calda dos Santos, que representa a defesa de Thiago Paixão, afirmou que o cliente ainda não sabe exatamente do que está sendo acusado. Segundo ele, o processo corre em segredo de justiça, e a equipe jurídica ainda precisa juntar a procuração para ter acesso aos autos e entender qual é a acusação. Desde 2018, Tiago aparece como figura central em investigações da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).
Operação Blindagem
Pelo menos dez pessoas foram levadas para a delegacia durante a operação de hoje. Entre elas está uma advogada. Os mandados foram cumpridos em Campo Grande, Aquidauana, Anastácio, Corumbá, Jardim, Sidrolândia, Ponta Porã e Bonito em Mato Grosso do Sul e em endereços em São Paulo e Santa Catarina.
Conforme o Gaeco, durante 25 meses, os investigadores identificaram o grupo que atuava enviando drogas para cidades do interior de Mato Grosso do Sul e para São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Acre, Maranhão e Goiás. O transporte era feito no fundo falso de caminhões carregados com produtos alimentícios, em remessas por Sedex, em carros de passeio e até em vans de passageiros. A investigação aponta ligação do grupo com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).