No dia 19 de abril deste ano, a Polícia Civil, a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Dourados tomou conhecimento de crime de estupro e furto ocorridos na noite anterior, próximo ao Anel Viário. No mesmo dia, a vítima de 29 anos foi ouvida no Hospital Universitário e passou por exames periciais de lesão corporal e sexológico.
Conforme apurado, a vítima retornava para sua residência de bicicleta, após o trabalho, e, próximo ao Anel Viário foi abordada por indivíduo, que estava dirigindo uma pick-up branca, modelo antigo. A mulher contou que o autor tentou colocá-la no veículo e, ao reagir, foi agredida e teve sua roupa arrancada.
Após golpe com instrumento contundente, a vítima desmaiou e acordou com lesões no rosto, queixo, dores na região pélvica e sem suas roupas. Além de estuprá-la, o autor dos fatos subtraiu o celular da vítima.
Em diligências na aldeia indígena, a equipe de investigação tomou conhecimento que, no dia seguinte ao fato, outra mulher afirmou ter sido abordada por indivíduo de descrição similar e que usava o mesmo tipo de veículo. Segundo a testemunha, o homem reduziu a velocidade do veículo e abriu o vidro ao passar por ela, que, imediatamente, foi para outro local mais seguro.
Em diligências, a equipe conseguiu identificar que o celular da vítima estava sendo utilizado por terceira pessoa, a partir da identificação do IMEI. Ontem, os policiais prenderam o autor, de 37 anos, que estava usando o celular da vítima. Ele também possui carro similar ao usado pelo estuprador. Segundo a polícia, o homem conhece as aldeias porque presta serviço no local.
Em análise às informações armazenadas em nuvem acerca da localização do suspeito por meio do app Maps, foi possível identificar que o autor dos fatos estava no local, no dia e na hora que os crimes ocorreram.
A mulher escapou do criminoso no dia anterior ao estupro reconheceu o veículo, tendo em vista um amassado na porta dianteira do motorista.
A esposa de J.C.C.R, 37, confirmou que o indivíduo presta serviços na aldeia e que sempre aparecia com aparelhos celulares em casa, dizendo que os comprou, mas sem qualquer recibo, nota fiscal ou indicação de vendedor. Com entrada permitida na residência, a equipe de investigação encontrou outros quatro aparelhos celulares, com suspeita de que tenham sido furtados.
Além dos crimes ocorridos no dia 18 de abril, a polícia acredita que J.C.C.R também é autor de furto ocorrido em 2023, visto que o celular subtraído foi utilizado poucos dias após o crime, com a inserção de chip cadastrado em nome da esposa de J.C.C.R. Além disso, há compatibilidade na descrição das características físicas e do veículo utilizado.
A prisão preventiva de J.C.C.R. foi decretada pela 2ª Vara Criminal e cumprida ontem. Ainda será feito reconhecimento de pessoa pela vítima e testemunha. A equipe aguarda também o resultado do material colhido no exame sexológico, para futuro confronto de material genético.