O empresário Marcel Martins Silva, 35, um dos alvos das operações Sordidum e Prime, deflagradas ontem (15) pela Polícia Federal contra esquema de tráfico internacional de cocaína, foi preso em flagrante com duas pistolas e 126 munições.
Residente em casa de alto padrão no condomínio fechado Porto Madero, em Dourados, onde é sócio de duas empresas do ramo de construção e acabamento, Marcel foi alvo de mandado de prisão preventiva no âmbito da Operação Prime.
O irmão dele, Valter Ulisses Martins Silva, também teve a prisão preventiva decretada, mas não há informação se o mandado foi cumprido. Evelyn Zobiole Marinelli Martins, mulher de Marcel, também foi presa na mesma operação. O mandado contra ela é de prisão temporária (vale por 30 dias).
Conforme o “auto de prisão em flagrante” ao qual o Campo Grande News teve acesso, durante buscas na mansão de Marcel e Evelyn, os policiais federais encontraram, no closet do quarto do casal, uma pistola 9 milímetros, uma pistola calibre 380, carregadores municiados de ambas as armas, carregadores alongados para maior capacidade de tiros, carregador de submetralhadora e 126 cartuchos de 9 milímetros e 380.
No momento em que as armas foram encontradas, Marcel alegou não saber da procedência, dizendo que havia se mudado há pouco tempo para a casa e alguém poderia ter deixado o armamento no armário.
Na delegacia, no entanto, confirmou que as armas eram dele, mas se negou a fornecer mais detalhes. Com isso, além do cumprimento do mandado de prisão preventiva, a PF também o autuou por posse ilegal de armas de uso permitido e uso restrito.
Sócios presos
Marcel Martins Silva é sócio em duas empresas em Dourados. Na Efraim Incorporadora, localizada no Bairro Chácaras Trevo, tem como sócio Alexander Souza. Na Primeira Linha Acabamentos (Av. Weimar Gonçalves Torres), tem como sócio Carlos José Alencar Rodrigues, o Carlinhos. Os dois também foram alvos de mandados de prisão nas operações de ontem.
Outro empresário douradense preso ontem foi Claudinei Tolentino Marques, dono da Referência Construtora e Incorporadora. Assim como os demais presos, ele foi levado para a Superintendência da PF em Campo Grande.
Investigação
O grupo criminoso do qual os empresários douradenses fariam parte é acusado de remeter drogas a países da América Central. Em três anos de investigação, a PF identificou pelo menos seis toneladas de cocaína enviadas pela organização.
Ontem, foram cumpridos 64 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, sequestro de 90 imóveis e bloqueio de bens e valores de 80 pessoas e empresas em 27 cidades de 11 estados brasileiros. (Crédito: Campo Grande News)