Temperaturas devem despencar e ficar abaixo do que normalmente se registra no mês de maio, o que tem preocupado agricultores e pecuaristas da região da Grande Dourados. A possibilidade de geada em regiões de baixada traz riscos a diversas plantações, entre elas a safra de milho.
De acordo com o agrometeorologista da Embrapa Ricardo Fietz, com base no banco de dados do Guia Clima (criado há 41 anos), metade das geadas ocorre em julho, 25% em junho e 15% em agosto. Em maio, menos de 5%.
“Com temperaturas mínimas próximas de 4 graus há risco de formação de geada fraca, localizada, geralmente em baixadas. Com mínimas próximas de 1 grau a situação complica, pois forma geada de intensidade forte, que é abrangente”, explica Fietz.
Mas, mesmo com as informações, agricultores e pecuaristas da região da Grande Dourados se preocupam com a situação climática, pois em 2021, Mato Grosso do Sul passou por problemas hídricos severos. Em janeiro, as estimativas de perdas chegaram a 1 milhão de toneladas de grãos na safra de soja 2021/2022.
O agropecuarista Rodrigo Castilho contou à reportagem do Dourados Informa que é grande a preocupação em relação às temperaturas baixas que devem ser registradas nos próximos dias.
Com a perda produtiva causada pelo tempo, a oferta de alimentos para o gado poderá ser impactada devido a prejuízos em diversas culturas, como milho, milheto, braquiária, entre outros, gerando efeito cascata que além de afetar o consumidor, também impacta em outras indústrias que dependem desses insumos (rações para bovinos e suínos).
“O preço do gado, do milho entre outros grãos, cai, mas outros insumos sobem, como o preço dos combustíveis. O produtor acaba saindo no prejuízo”, explicou Castilho.
Oficialmente, o inverno começa no dia 21 de junho no Brasil, mas neste ano as baixas temperaturas vão chegar mais cedo. “A temperatura mais baixa é para quarta. Ontem a previsão estava em 4 graus. Hoje subiu para 5 graus”, informou o pesquisador da Embrapa.