Lideranças indígenas da etnia guarani-kaiowá encerraram, neste domingo (26), encontro em Caarapó, a 274 quilômetros de Campo Grande, para discutir diversos problemas vividos nas aldeias em áreas como saúde, educação e, também, questões relacionadas à demarcação de terras e violência praticada por fazendeiros contra a população.
O encontro teve a participação da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, na sexta-feira (24). Um documento foi entregue a ela, estabelecendo “ultimato” de 15 dias para avançar no processo de demarcação, sob ameaça de intensificação das lutas pela retomada de terras.
Organizado pela Aty Guasu, o encontro iniciado no dia 21 resultou em um documento com demandas que serão apresentadas a autoridades. Nesta edição, as principais reivindicações estão voltadas à homologação de terras e demarcações.
“A Aty Guasu é uma organização que existe desde 1970. É a grande assembleia do povo Guarani Kaiowá e Guarani Nhandeva da qual meus bisavós e avós fizeram parte. Crescemos no movimento, lutando diariamente por nossos territórios”, explicou à Agência Brasil a comunicadora da entidade, Sally Ñhandeva, também integrante da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).
Sally explica que o objetivo da assembleia está focado principalmente no debate sobre o que falta nas aldeias. “Fala também da demarcação de terra. Nós, Guarani Kaiowá, somos o povo que mais sofre e o que mais briga pelo nosso território. Por isso, denunciamos também a falta de proteção em nosso estado. Somos um povo que resiste; um povo que sempre estará pronto para morrer pela nossa terra. Fazemos esta assembleia para isso: colocar as nossas demandas no papel e entregar para as autoridades”, acrescentou.
Agressão - O mais recente episódio de violência em Mato Grosso do Sul não envolveu indígenas, mas sim casal de documentaristas que registra a luta do povo guarani há dois anos. O fotojornalista canadense Renaud Philippe, 39 anos, e a cineasta e antropóloga Ana Carolina Mira Porto, 38, denunciaram agressão que teriam sofrido de seguranças e fazendeiros, em Iguatemi, a 412 km.
Eles, acompanhados do engenheiro florestal Renato Farac, foram até local onde teria ocorrido tentativa frustrada de ocupação perto da Fazenda Maringá.
O casal teve os equipamentos roubados e Renaud foi agredido a chutes e socos, além de ter parte do cabelo cortado a faca. O casal e Farac escaparam depois que o grupo se afastou para roubar os equipamentos e documentos. Ainda assim, foram seguidos até Tacuru. Eles foram para aldeia em Amambai e somente lá registraram a ocorrência na Polícia Civil. (Com informações da Agência Brasil) - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS