Filho de vereador e marido de investigada em operação também foram presos com armas e pagaram fiança
Os vereadores Hélio Albarello (MDB) e Laudo Sorrilha Brunet (PSDB), presos durante a operação Dark Money, na manhã desta quarta-feira (7), foram liberados após o pagamento de fiança. Eles foram atuados em flagrante por porte irregular de arma de fogo por equipe do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
Os parlamentares estão entre os oito atuais vereadores afastados pela Justiça no âmbito da operação que investiga pagamento de mensalinho em troca de apoio na gestão do ex-prefeito Maurilio Azambuja (MDB). Durante os mandados de busca cumpridos nesta quarta, eles foram flagrados com armamento ilegal e levados para a delegacia para serem autuados. O filho de Hélio, Marlon Cambuy Albarello, também foi preso em flagrante por porte ilegal de arma.
Ao todo foram apreendidos quatro revólveres, duas pistolas e duas espingardas. Com Laudo foram encontrados dois revólveres, sendo um calibre 38 e outro 22, mais 29 munições calibre 38 e 22 munições calibre 22, para ele foi arbitrada a fiança de R$ 24.240. Já com Hélio foi apreendido um revólver calibre 38 e mais nove munições, neste a caso a fiança foi de R$ 2.424.
Com Marlon a polícia encontrou uma pistola 380, um revólver 38 e um rifle calibre 22 e munições dos calibres 380, 38, 22 e 12. Ele também foi liberado após pagar fiança de R$ 24.240.
O quarto preso com armas foi Benjamin Antonio Moreno Monges, 42, marido de uma das investigadas no âmbito da Operação Dark Money. A mulher é apontada como “laranja” do esquema.
Na residência do casal, os policiais apreenderam um revólver calibre 38, uma espingarda calibre 32, 9 munições calibre 32 e 36 de calibre 38. Monges, que é estrangeiro naturalizado brasileiro, pagou fiança de R$ 2 mil e já foi solto.
Foram apreendidos ainda 13 veículos. Com um dos vereadores foram encontrados R$ 100 mil em espécie e mais de R$ 1 milhão em cheques. Segundo divulgado pela Polícia Civil, os investigados levavam uma vida de luxo e um deles chegou a viajar recentemente para as Ilhas Maldivas e Dubai, que pelas pesquisas, custou mais e R$ 100 mil.
Desvio milionário
A Operação Dark Money começou em 2021 e investiga desvios de pelo menos R$ 23 milhões do cofre público de Maracaju através de conta clandestina, aberta em nome da prefeitura sem conhecimento ou auditoria dos órgãos de controle.
Segundo o Dracco, o esquema foi montado nos dois últimos anos da gestão do ex-prefeito Maurilio Azambuja (MDB). Os vereadores e ex-vereadores alvos da atual fase da operação são acusados de receber propina mensal para não investigar as irregularidades e para votar a favor de projetos de interesse do Executivo.
Em apenas um ano, segundo a polícia, os pagamentos identificados aos vereadores chegaram a R$ 1.374.000,00. No cargo de presidente da Câmara, Hélio Albarello teria recebido a maior parte. Os pagamentos eram feitos em cheques e dinheiro vivo, estratégia utilizada para dificultar a fiscalização e o rastro do dinheiro.
Operação
Deflagrada em setembro de 2021, a operação Dark Money chegou nesta quarta-feira à sua 3ª fase. Ao todo já foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, que tiveram como alvo os vereadores investigados, nas cidades de Maracaju e Rio Brilhante.
Também foram alvos da investigação pessoas interpostas que foram usadas pelos parlamentares para recebimento de vantagens indevidas. Os vereadores tiveram seus mandatos suspensos e foram determinados o sequestro e indisponibilidade dos bens de todos os investigados.
CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS