Réu por matar um pescador e ferir outros dois em um acidente de barco no Rio Aquidauana, Nivaldo Thiago Souza Filho foi nomeado cargo comissionado no Tribunal de Contas do Estado. O genro da deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) vai ser chefe de gabinete do novo conselheiro da corte fiscal, Sérgio de Paula, com rendimento mensal que pode chegar ao valor de R$ 40.482,20.
Prestes a ir a júri popular em Aquidauana pelo homicídio doloso, ele era assessor da Casa Civil do Governo do Estado, onde já trabalhou ao lado de Sérgio de Paula, e tinha até a sua exoneração o salário mensal bruto de R$ 30,7 mil.
Valor este menor do que agora deve receber no holerite, considerando o soldo sem descontos, além da disponibilidade que terá a complementos de vale-alimentação (R$ 1.200,00), auxílio transporte (R$ 500,00), educação infantil (1.050,00) e Saúde, com o aporte de R$ 1.300,00 cita levantamento do portal Campo Grande News.
A contratação no TCE-MS seguiu todos os requisitos legais, como por exemplo, da apresentação de certidões exigidas. Nilvaldo, no entanto, é réu em um processo que tramita na Vara Criminal de Aquidauana, no qual o Ministério Público Estadual o denuncia por homicídio doloso e outras duas tentativas de homicídio.
“Trouxe-o porque trabalhou comigo no Estado e é de confiança. Ele tem um assunto no passado que é uma fatalidade, um acidente, mas já foi comprovado e está com as [certidões] negativas em dia”, explicou o conselheiro do Tribunal, Sérgio de Paula, quanto à contratação”, em entrevista ao Campo Grande News.
O acidente
Durante o Feriado do Trabalhador, em 1º de maio de 2021, Nivaldo causou acidente no leito do Rio Miranda que ocasionou a morte de Carlos Américo Duarte. Na ocasião, o hoje assessor do TCE-MS pilotava um barco, sem habilitação para isso, colidindo frontalmente com a embarcação onde a vítima estava. Também outras duas pessoas ficaram feridas devido ao choque.
As investigações apontaram a hipótese de que Nivaldo seria o responsável direto pelas lesões corporais registradas e a morte causada na batida. De acordo com o parecer do Ministério Público Estadual sobre o caso, ele ainda teria deixado o local, situado na região do Touro Morto, sem prestar socorro e também sem realizar depois o teste de alcoolemia.
A juíza Kelly Gaspar Dutra, da Vara Criminal de Aquidauana, pronunciou Nivaldo Thiago Filho de Souza e ele deverá ir a júri popular. A data depende do julgamento do recurso pelo Tribunal de Justiça.