Após obter o apoio do MDB no Rio Grande do Sul em convenção marcada por disputa acirrada no domingo (31), o PSDB anunciou, nesta terça-feira (2), a senadora Mara Gabrilli, de São Paulo, como candidata a vice-presidente na chapa de Simone Tebet. O senador Tasso Jereissati (PSDB), do Ceará, que recusou o convite para compor a chapa, participou da solenidade do anúncio.
No entanto, a indicação da tucana não vai garantir o apoio unânime do PSDB à candidatura de Simone. Em Mato Grosso do Sul, sua terra natal, apesar do marido integrar a administração de Reinaldo Azambuja (PSDB), o partido nem menciona o nome da presidenciável. O candidato do PSDB, ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, de olho no voto dos bolsonaristas, vem jurando estar fechado com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Simone vem destacando que será a primeira chapa feminina a disputar a Presidência da República no Brasil. A primeira mulher a ser eleita presidente foi Dilma Rousseff (PT), que acabou sofrendo impeachment com o voto da emedebista em 2016.
O desejo de Simone era contar com o senador Tasso Jereisssati como vice. No entanto, o cearense perdeu o “entusiasmo” com a candidatura da sul-mato-grossense e até já teria acertado o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.
Só que o PSDB decidiu adiar a indicação do vice até a retirada da candidatura do deputado estadual Gabriel Souza (MDB) ao Governo gaúcho. No domingo, o MDB realizou a convenção e acabou aprovando, por 239 a 212 votos, a indicação de Souza como vice do ex-governador Eduardo Leite (PSDB). Emedebistas históricos, como Pedro Simon, deixaram o recinto em protesto contra a articulação.
Com o apoio do MDB no RS, o PSDB decidiu manter a aliança com Simone e indicar a senadora Mara Gabrilli, 54 anos, como candidata a vice-presidente. Ela foi vereadora, deputada federal e está no primeiro mandato de senadora por São Paulo.
Formada em Psicologia pela Universidade Paulista, Mara sofreu um acidente automobilístico em 1994, quando ficou tetraplégica e internada por cinco meses. Ela fundou o Instituto Mara Gabrilli, que atua na defesa dos direitos das pessoas com deficiência.