Em despacho no dia 27 de abril, Ricardo Rotunno cobrou depoimento de sete pessoas, inclusive dos filhos da vítima das ameaças
A Polícia Civil terá de ouvir o depoimento de mais sete pessoas que presenciaram as ameaças de morte da vereadora Maria Imaculada (PSDB) contra a ex-assessora Patrícia Brandão, ocorridas no ano passado em Dourados.
Em despacho assinado no dia 27 de abril, o promotor de Justiça Ricardo Rotunno pediu que a Justiça determine à Polícia Civil que interrogue cinco testemunhas e as duas crianças, filhas de Patrícia e também afetadas pelas ameaças.
Ricardo Rotunno requereu o retorno dos autos à Polícia Civil, no prazo de 60 dias, para a realização de novas diligências e para o depoimento das testemunhas.
Além das crianças, o promotor quer que a polícia interrogue Gilson Marcus Verão Brandão (marido de Patrícia), Josi Petelin, Tatiane Sales Echeverria, Renata Chaparro da Rocha e João Pinheiro Filho. Essas outras quatro testemunhas são pessoas próximas ou que trabalhavam para a vereadora.
No dia 8 de julho de 2020, data em que Maria Imaculada comemorou 47 anos de idade, a vereadora afirmou com todas as letras: “se você me trair, FDP, eu pego a 9 milímetros e taco na sua boca”, se referindo à Patrícia Brandão.
A ameaça, apenas uma de várias feitas no período em que Patrícia trabalhou para Maria Imaculada, ocorreu durante discurso da vereadora em que pedia aos assessores para confiarem no “projeto que a gente tem”.
O caso foi denunciado por Patrícia Brandão no dia 2 de agosto do ano passado. Desconfiada que a assessora poderia traí-la passando informações sigilosas para seus adversários, Maria Imaculada prometeu dar tiro na boca de Patrícia. Em outro momento, disse que descarregaria uma pistola 9 milímetros na cabeça da assessora que trabalhou para ela de 2016 até o início daquele mês.
Outra denúncia extremamente grave envolve os dois filhos de Patrícia, na época com 10 e 9 anos de idade (que serão ouvidos agora pela polícia). Maria Imaculada aterrorizou as crianças falando que elas não deveriam sair de casa porque poderiam ser sequestradas e mortas.
Patrícia disse à polícia que a primeira ameaça ocorreu em junho de 2021. Naquele dia ela chegou na casa da vereadora para buscá-la e Maria Imaculada teria dito: “uma pessoa me perguntou se eu confio em você, esta pessoa me disse que eu te levo em todas as minhas reuniões, que você sabe tudo o que se passa na minha vida. Mas eu respondi para a pessoa que se você me trair eu te mato”.
Depois daquele dia, Maria Imaculada passou a fazer constantemente supostas brincadeiras em tom de ameaça de morte. Em outra data, a vereadora reuniu os assessores e disse se referindo a Patrícia: “se você me trair ou se vender eu dou um tiro na sua boca sua fdp”.
Já no dia 26 de junho, data em que Patrícia levou os dois filhos, de 10 e 9 anos, para almoço com Maria Imaculada em restaurante da cidade, a vereadora teria chamado o menino e a menina para uma conversa e dito que eles não deveriam sair para a rua enquanto não acabasse a investigação da suposta farra da publicidade, pois alguém poderia sequestrar ou matar os dois.