Na próxima segunda-feira (31), a professora, jornalista e indigenista Veronice Lovato Rossato vai receber o troféu da 18ª edição do Prêmio Mulher Cidadã – “Marta Guarani” em sessão solene que vai anteceder a 9ª Sessão Ordinária de 2025 da Câmara Municipal de Dourados. A sessão tem início às 15h e a população pode assisti-la pessoalmente, no Plenário Weimar Gonçalves Torres, ou on-line pelo canal da TV Câmara Dourados no Youtube.
Veronice tem quase 40 anos de trabalho dentro das aldeias Jaguapiru e Bororó, onde atua como formadora de professores indígenas, na assessoria às escolas e na edição de recursos educacionais específicos para as escolas indígenas, produzidos pelos próprios índios.
Ela chegou em Dourados no início da década de 1980 como missionária para um trabalho com a formação de professores guaranis e caiuás que participaram das primeiras experiências de escolarização. A professora também teve papel importante na articulação do movimento dos professores indígena.
Defensora entusiasmada das línguas indígenas e da alfabetização na língua étnica, Veronice caminhou junto ao Movimento de Professores Guarani e Kaiowá de MS, desde sua fundação, tendo sido co-criadora e docente efetiva do Curso Normal Médio Intercultural Ára Verá (SED-MS), e também da Licenciatura Intercultural Teko Arandu (FAIND – UFGD), como voluntária, bem como no projeto do MEC chamado Ação Saberes Indígenas na Escola.
A professora publicou um livro oriundo de sua dissertação de mestrado: “Será o letrado ainda um dos nossos? Os resultados da escolarização entre os Kaiowá e Guarani em Mato Grosso do Sul”. Nos últimos anos, ela faz parte da organização não-governamental RAIS (Rede de Apoio e Incentivo Socioambiental), além de trabalhar na revisão de textos acadêmicos, principalmente as pesquisas produzidas por acadêmicos indígenas.
PRÊMIO
O “Prêmio Mulher Cidadã – Marta Guarani” foi criado por meio do Decreto Legislativo nº 397 de 01 de outubro de 2003. A honraria outorgada anualmente pela Câmara de Dourados é uma homenagem à líder indígena que era referência na luta pelos direitos do seu povo. Uma história de vida, de luta e de coragem. Falecida aos 62 anos em Campo Grande, Marta é considerada uma das personalidades mais importantes da história do povo indígena de Mato Grosso do Sul.