O MDB abandonou a candidatura a presidente da República de Simone Tebet em nove estados para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Oscilando entre 1% e 4% nas pesquisas, a senadora ainda corre risco de ser barrada na convenção nacional do partido, como já ocorreu no passado, com o ex-governador do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, em 2006, e o ex-presidente Itamar Franco em 1998.
Até o momento, a direção do MDB não conseguiu retirar a candidatura a governador do Rio Grande do Sul do deputado estadual Gabriel Souza (MDB). Pelo acordo, o partido apoia o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e os tucanos indicam o senador Tasso Jereissati, do Ceará, como candidato a vice-presidente da sul-mato-grossense. Caso o acordo não seja cumprido, o PSDB vai manter o apoio a Simone?
Nesta terça-feira (12), durante périplo por Brasília, Lula conversou com as lideranças do MDB e acertou o anúncio de apoio na próxima semana em São Paulo. O petista deverá ter o apoio oficial dos diretórios regionais do MDB no Amazonas, Pará, Piauí, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e Bahia.
“O MDB está liberado neste momento, mas há uma questão que a gente obviamente precisa conversar. Nove dos 27 Estados já estão no palanque do presidente Lula. Não teria palanque (para Simone). Essa questão precisa ser conversada com Lula e com Baleia”, defendeu Eduardo Braga, do Amazonas.
O senador Renan Calheiros (MDB), de Alagoas, também já defendeu a retirada da candidatura de Simone caso a senadora não decole nas pesquisas para o partido priorizar a eleição de deputados federais e senadores.
O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, aposta na manutenção da candidatura própria a presidente da República. Na sua avaliação, a senadora conta com o apoio da maioria dos diretórios estaduais.
A situação de Simone não é fácil, porque ela não tem a unanimidade nem em Mato Grosso do Sul, sua terra natal e onde começou a carreira política. O ex-governador André Puccinelli (MDB), que abriu mão de disputar o Senado em 2014 para lhe apoiar, vai abrir o palanque para Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL).