Candidato a governador pelo PSD, Marquinhos Trad admitiu, em vídeo divulgado nesta sexta-feira (29), ter mantido relações sexuais fora do casamento, mas negou ter cometido qualquer crime. O ex-prefeito de Campo Grande pediu “perdão” a Deus, a esposa e às quatro filhas e reafirmou que é vítima de armação, mas sem citar nominalmente integrantes do Governo do Estado, comandado pelo PSDB.
É a primeira manifestação pública do candidato desde a divulgação da abertura do inquérito sigiloso pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Campo Grande para apurar denúncias de assédios contra o ex-prefeito. Pelo menos, nove mulheres teriam formalizado a denúncia contra Trad.
Para Marquinhos, há “provas abundantes desta armação”. Ele ressaltou que os “depoimentos foram comprados” e houve o vazamento seletivo dos depoimentos, em “tempo recorde”, com a única finalidade de prejudica-lo nas eleições deste ano.
“Temos provas desta armação, o PIX para mentir a meu respeito”, afirmou, sobre a jovem de 20 anos que registrou depoimento em cartório admitindo ter mentido sobre a denúncia de assédio sexual na Polícia Civil. Ele disse que a mulher passou a sofrer ameaças após o depoimento vir à tona.
Marquinhos afirmou que pediu a abertura de investigação do Ministério Público Federal por abuso de poder político, econômico e eleitoral por parte dos adversários. Também teria solicitado a investigação dos crimes de quebra do sigilo processual e abuso de autoridade. “A armação vai ficar provada”, destacou.
No entanto, o ex-prefeito admitiu que manteve relações sexuais consensuais fora do casamento. Em depoimentos à polícia, as mulheres teriam ressaltado que os atos foram consensuais.
“Eu errei sim, em buscar relacionamentos fora do meu casamento”, confessou, no vídeo de quatro minutos. “Eu errei, mas não cometi crime algum nem nunca”, ressaltou, descartando, de forma enfática que tenha obrigado as mulheres a manterem o relacionamento sexual.
“Nunca e em nenhum momento desrespeitei o cargo que os campo-grandenses confiaram a mim”, destacou, sobre as acusações de que teria oferecido emprego ou usado o gabinete para os encontros amorosos.
“Perdão, eu devo sim, mas a Deus, a minha esposa e as minhas quatro filhas”, disse Marquinhos. “Tatiana, a quem passarei a vida tentando reparar o que fiz”, frisou o candidato a governador. Em seguida, o candidato disse que a família está sofrendo com as supostas armações.
“Não devo nada, absolutamente nada à Justiça”, reafirmou. Em seguida, Marquinhos citou as denúncias feitas contra o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD), que enfrentou Reinaldo Azambuja (PSDB) no segundo turno em 2018. Na época, as denúncias acabaram desgastando o magistrado, mas não foram provadas na Justiça.
Para Marquinhos, o grupo no poder, em alusão ao PSDB, inventou mentiras para permanecer no comando do Estado. “Eles fazem tudo pelo poder, se acham donos do nosso Estado”, acusou. “Não querem largar o osso”, insistiu. Ele disse ainda que o grupo fica cada vez mais rico, enquanto o povo permanece na pobreza. Em seguida, o candidato deixou claro a disposição de seguir até o fim com a candidatura a governador. “Eu vou até as últimas consequências”, garantiu, destacando confiar que a população dará a resposta às acusações nas urnas.