O juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, marcou para o próximo dia 3 de outubro, a partir das 13h, a audiência de conciliação sobre o acordo para viabilizar o desmatamento de 186,5 mil metros quadrados do Parque dos Poderes. A reunião será oportuna diante da onda de calor recorde em Mato Grosso do Sul, com a Capital e outras cidades, literalmente, pegando “fogo”.
A reunião será mediada pelo magistrado. O promotor Luiz Antônio Freitas de Almeida defende o acordo, que prevê o desmatamento para a construção do Palácio da Justiça, do Palácio do Governo e a ampliação dos estacionamentos das secretarias. No entanto, ele destaca que conseguiu “salvar” 11 hectares, que estavam previstos na lei estadual aprovada pela Assembleia Legislativa.
Um grupo de ambientalistas, advogados e representantes da sociedade civil organizada são contra o acordo e pedem a não homologação do acordo. O grupo alerta para o risco de agravamento dos problemas ambientais de Campo Grande, como alagamentos e inundações.
Outro ponto é que o desmatamento vai agravar ainda mais as ondas de calor no futuro, comprometendo a qualidade de vida do campo-grandense. De acordo com estudo divulgado pelo jornal Washington Post, dos Estados Unidos, Campo Grande vai ter 39 dias de calor extremo por ano até 2050. Essa temperatura acima de 32º pode causar danos à saúde humana.
O levantamento não considerou o agravamento da situação na Capital. As autoridades e políticos atuais poderão destruir a qualidade de vida no futuro. Enquanto metrópoles buscam meios de ampliar a área verde e espaços permeáveis, Campo Grande caminha na contramão em lutar para destruir as matas remanescentes.