Uma fazenda da senadora Tereza Cristina (PP) foi invadida por “um pequeno grupo de invasores sem-terra” na madrugada de domingo (30). Eles se retiraram, pacificamente, na manhã do mesmo dia, após intervenção da Polícia Militar. O episódio serviu de munição para inflamar parlamentares bolsonaristas contra estes movimentos.
Os deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, ambos do PL, foram os mais enérgicos ao condenar as invasões. “Devemos ter tolerância zero com estes terroristas. Isso é um grande absurdo, uma ordem de criminosos, de terrorista que tão levando terror pro campo”, disse o primeiro.
“Isso é um absurdo, mais uma invasão criminosa praticada por essa gente. Isso é crime e os invasores terão que ser responsabilizados. Minha solidariedade à senadora Tereza Cristina e também vou pedir para que se abra uma investigação dentro da CPI das invasões para saber se esse ato foi programado e articulado por alguém ligado a um partido político, com objetivo de ameaçar, amedrontar ou até mesmo silenciar a voz da senadora que defende o agronegócio em Brasília”, declarou Nogueira.
Outro ferrenho apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e correligionário de Tereza Cristina, o deputado federal Luiz Ovando (PP) também considerou a invasão criminosa e celebrou a atuação da Polícia Militar.
“Infelizmente esses cidadãos que se denominam sem-terra, trabalhadores sem- terra, na verdade, são, à luz da constituição, uns fora da lei. Mas aqui em Mato Grosso do Sul, felizmente, nós temos um governador que age dentro da legalidade e sem confronto já foram retirados da fazenda”, comentou Ovando.
O trio de deputados federais assinou o requerimento para criar a CPI para investigar o MST. A investigação faz parte da estratégia da oposição para desgastar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As invasões de propriedades rurais vêm criando dor de cabeça ao Planalto e dando munição à oposição.
A proposta foi feita pelo deputado federal tenente-coronel Zucco (Republicanos), do Rio Grande do Sul. Segundo ele, a Comissão Parlamentar de Inquérito vai investigar as invasões de terras promovidas pelo MST. A maioria das ocupações, no entanto, são promovidas por outros grupos como a FNL (Frente Nacional de Luta Campo Cidade).
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), leu requerimento que cria a CPI do MST na última semana, no mesmo dia em que o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu o que criou a CPI mista do 8 de janeiro.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) negou ter qualquer envolvimento com o grupo que invadiu a fazenda de Tereza Cristina. O movimento afirma ter realizado diversas atividades durante o ‘Abril Vermelho’, mas nenhuma se tratou de invasão ou ocupação de terras.
“Ainda que seja figura proeminente do agronegócio e tenha em seu histórico a condução do Ministério da Agricultura durante o governo Bolsonaro, o MST não organizou nem apoiou nenhuma ação em latifúndios da senadora”, relatou o grupo em nota.
A Fazenda Santa Eliza está localizada no município de Terenos e conta com aproximadamente 1,3 mil hectares. A área invadida seria a parte de reserva legal da propriedade. No fim da tarde de domingo, a senadora Tereza Cristina divulgou nota em que explica a situação.
“Na madrugada deste domingo (30), um pequeno grupo de invasores sem-terra tentou ocupar a fazenda da família da senadora Tereza Cristina (PP-MS), localizada em Terenos (MS), a 25km de Campo Grande. Eles se retiraram ainda pela manhã, pacificamente, após intervenção da Polícia Militar”, informou.