A avicultura sul-mato-grossense, com participação ainda modesta no cenário nacional, reúne fatores que apontam para perspectivas de crescimento significativo. Para estimular esse potencial, o setor conta com importante espaço na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), a Frente Parlamentar de Avicultura, cujos integrantes tomaram posse na tarde desta terça-feira (4) no plenarinho Nelito Câmara, na Casa de Leis.
O evento foi presidido pelo deputado Renato Câmara (MDB), coordenador da Frente, com presença de outros parlamentares e representantes do Governo e de entidades ligadas à avicultura.
De acordo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Mato Grosso do Sul abateu, em 2022, 173 milhões de aves e exportou 161,5 mil toneladas do produto, o que gerou receita de R$ 345 milhões de dólares. Esses valores, embora expressivos, ainda são modestos considerando os resultados de um país, que responde pela segunda maior produção mundial, com 14,47 milhões de toneladas no ano passado, superado apenas pelos números norte-americanos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Mato Grosso do Sul, no entanto, tem potencial de crescimento, conforme destacaram os participantes da reunião. E esse avanço depende, entre outros fatores, de políticas públicas, que podem ser implementadas com a contribuição da Frente Parlamentar, conforme destacou o deputado Renato Câmara. “A Frente Parlamentar é uma forma da Assembleia Legislativa se aproximar do setor. E esta Casa tem papel de protagonista no sentido de dar agilidade, fazer com que as ações que atendam ao setor aconteçam mais rapidamente. E, nesse processo, a Frente tem papel fundamental. É um espaço de debates e encaminhamentos”, enfatizou.
Além de Renato Câmara, outros parlamentares, integrantes da Frente Parlamentar, participaram da reunião. Estiveram presentes as deputadas Lia Nogueira (PSDB) e Mara Caseiro (PSDB) e os deputados Professor Rinaldo Modesto (Podemos), Roberto Hashioka (União) e João César Mattogrosso (PSDB). Também participaram o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Thomitão Beretta, representando o Governo do Estado, o superintendente do Sistema Famasul/Senar-MS, Lucas Galvan, o presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Adroaldo Hoffman, e a presidente da Associação dos Avicultores de Mato Grosso do Sul (Avimasul), Kelma Torezan Carrenho, além de produtores ligados ao setor de avicultura.
Depois da posse, os participantes acompanharam duas palestras, proferidas por Adroaldo Hoffman e Kelma Carrenho, com dados, análises e projeções sobre a avicultura em Mato Grosso do Sul e no Brasil. O estado, que já está entre os maiores produtores do país, mesmo com números relativamente razoáveis, tem potencial acentuado de crescimento, devido a alguns fatores, segundo destacaram os dois palestrantes. Entre esses fatores, estão o projeto da Rota Bioceânica e o Pro-Aves, plano estadual de estímulo à avicultura.
Hoffman, o primeiro a palestrar, apresentou dados do setor no Brasil. Ele informou que o Brasil, segundo mostra o USDA, é o segundo maior produtor mundial, superando, até mesmo, a China (14,3 mil toneladas de carne de frango em 2022) e a União Europeia (10,97 milhões de toneladas). Mato Grosso do Sul, em oitavo lugar no país no abate de frango, tem participação nacional de 3,1%. “No entanto, Mato Grosso do Sul pode aumentar significativamente essa participação”, considerou.
De acordo com o representante da CNA, Mato Grosso do Sul tem larga produção de grãos, cultura que pode agregar valor como ração para as aves. Além disso, o estado será central no movimento comercial da Rota Bioceânica. “Vamos poder exportar nossas proteínas para a China pelo Oceano Pacífico, o que reduzirá, expressivamente, custos e tempo de escoamento da produção”, comentou.
Kelma Carrenho, que reforçou a potencialidade do Estado na avicultura, apresentou dados do Mapa, segundo os quais Mato Grosso do Sul encerrou o ano passado em sexto lugar no ranking nacional de exportações. O estado destinou ao exterior 161,5 mil toneladas do produto, atendendo aos mercados do Japão, China, Emirados Árabes, Holanda entre outros países. “A avicultura de Mato Grosso do Sul vem crescendo bastante e temos potencial para crescermos muito mais”, projetou.
Entre os fatores que impulsionam esse fomento, a presidente da Avimasul deu ênfase ao Pro-Aves. “Com a implantação desse incentivo, o Brasil inteiro está olhando para Mato Grosso do Sul”, salientou. O Plano Estadual de Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Avicultura foi elaborado pela Câmara Setorial e lançado em setembro do ano passado pelo então governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Em março deste ano, já na gestão de Eduardo Riedel (PSDB), os produtores começaram a receber o recurso. O plano prevê estímulo de R$ 30 milhões à avicultura.
Ao fim da reunião, o deputado Renato Câmara reforçou a importância da Frente Parlamentar como instrumento de contribuição para o crescimento da avicultura sul-mato-grossense. “Hoje, o Legislativo Estadual dá um passo gigante em prol da avicultura de Mato Grosso do Sul”, comemorou.
Frente Parlamentar
Instituída pelo Ato 23/2023, da Mesa Diretora, a Frente Parlamentar da Avicultura tem participação de diversos deputados. Além do coordenador Renato Câmara e dos parlamentares que estiveram na reunião, também compõem o grupo os deputados Antonio Vaz (Republicanos), Coronel David (PL), Jamilson Name (PSDB), Junior Mochi (MDB), Londres Machado (PP), Lucas de Lima (PDT), Marcio Fernandes (MDB), Paulo Corrêa (PSDB), Pedro Kemp (PT) e Pedrossian Neto (PSD).