O deputado federal Fábio Trad (PSD) é o 5º nome de Mato Grosso do Sul ser nomeado para compor a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A nomeação ocorreu nesta quarta-feira (30), no dia seguinte ao parlamentar ser hostilizado por um bolsonarista durante um voo de Campo Grande para Brasília.
O 4º representante do Estado na equipe foi o advogado Luiz Henrique Eloy Amado (PSOL), que é cotado para assumir o Ministério dos Povos Originários e passou a integrar o grupo das populações indígenas. O coordenador da equipe de transição, vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), nomeou o indígena no último dia 16.
A nomeação de Trad, que não conseguiu se reeleger e conclui o terceiro mandato como deputado federal, ocorreu nesta quarta-feira. Ele vai integrar o grupo de Justiça e Segurança Pública, que tem entre os integrantes o ex-governador do Maranhão e senador eleito, Flávio Dino (PSB), principal cotado para assumir o ministério.
Fábio é advogado e foi presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul). Ele foi professor universitário e ficou em 8º lugar nas eleições deste ano, mas não foi reeleito por causa do quociente eleitoral.
Nesta terça-feira, o deputado ganhou os holofotes ao ser hostilizado por bolsonaristas durante um voo. No avião, o homem o questionou por que ele não assinou a CPI da Toga, proposta para investigar os integrantes do Poder Judiciário.
“Eu queria entender porque não foi à favor da CPI da Lava Toga, diante de todas as manifestações que estamos vivendo e um clamor da população, haja vista que, quando começamos o processo eleitoral, nossos ministros, por diversas vezes, não foram pautados por aquilo que gostaríamos”, disse o passageiro.
O deputado reagiu e afirmou que o atual presidente não tem uma ficha limpa. “Na minha opinião, o Bolsonaro é um ladrão, por isso eu não assinei a CPI da Toga”, reagiu Fábio Trad.
“No final , já no corredor para o saguão, fui novamente interpelado em tom ameaçador por um deles. Um partiu pra agressão física e eu me afastei um pouco por causa da comissária que estava ao lado dele. Os outros só xingaram mesmo. Eu me senti constrangido e ameaçado, mas não vou baixar a cabeça pra nenhum fascista”, relatou o deputado.
Os outros nomeados para a equipe de transição são o ex-deputado federal João Grandão, a ex-secretário nacional de Violência contra a Mulher, Aparecida Gonçalves, e a senadora Simone Tebet (MDB).