Operação Resfriamento apreendeu R$ 153 mil, quatro veículos e duas motos
O ex-vereador e atual gerente da agência do Detran/MS em Juti, Adriano Passarelli, 46, é um dos investigados na Operação Resfriamento, deflagrada nesta terça-feira (8) pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) para desmantelar esquema de fraudes no órgão.
Adriano é servidor de carreira do Departamento Estadual de Trânsito e mandato de vereador de 2017 a 2020. Naquele ano, foi candidato a prefeito de Juti pelo PP e ficou em segundo lugar.
A residência de Adriano Passarrelli em Juti foi um dos oito locais das buscas autorizadas pela Justiça. Não havia mandado de prisão contra ele. Outro investigado no âmbito da operação é o empresário Jefferson Cassavara. Ele também foi alvo apenas de mandado de busca.
Os presos
A operação do Dracco, que teve apoio da Corregedoria do Detran, da Delegacia Regional de Fátima do Sul e da Defron (Delegacia de Repressão a Crimes de Fronteira), prendeu o despachante douradense João Ney Pereira da Silva, dono do Ney Despachante, e servidor da agência do Detran em Juti, Marcel Libert Lopes Cançado. Ele ocupou o cargo de gerente no período em que Adriano foi candidato.
Adriano, Jeffersson, Marcel e João Ney são acusados de integrar esquema fraudulento de licenciamento de veículos. Proprietários que moram em outros estados apresentavam endereços falsos de Dourados e conseguiam emitir documentos na agência de Juti sem passar por vistoria e sem que os veículos tivessem ao menos entrado no Estado.
Segundo a investigação, duas carretas com quatro eixos foram regularizadas sem apresentação do Certificado de Segurança Veicular e no período em que a circulação de veículos de quatro eixos ainda era proibida no Brasil. O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) só liberou esse tipo de veículo em janeiro de 2022.
O despachante João Ney Pereira da Silva é investigado por intermediar o contato dos proprietários dos veículos com os servidores do Detran e de ajudar a conseguir o comprovante de endereço falso.
Em menos de dois anos, a organização movimentou pelo menos R$ 17 milhões, segundo a polícia. Durante as buscas de hoje, foram apreendidos R$ 153 mil em espécie, quatro veículos e duas motos.