Três conselheiros, incluindo o presidente da Corte de contas, também foram afastados com uso de tornozeleira
O diretor de Gestão e Modernização do Tribunal de Contas do Estado, Douglas Avedikian, e a auditora de controle externo, Thais Xavier Ferreira da Costa, também foram afastados dos cargos e vão usar tornozeleira eletrônica. Eles foram alvos da Operação Terceirização de Ouro, denominação da 2ª fase da Mineração de Ouro, deflagrada nesta quinta-feira (8), pela Polícia Federal, Receita Federal do Brasil e CGU (Controladoria-Geral da União).
Thais é chefe de gabinete do conselheiro Ronaldo Chadid, atual corregedor-geral do TCE, e também afastado junto com o presidente, conselheiro Iran Coelho das Neves, e o ex-presidente, Waldir Neves Barbosa.
O sexto alvo é o ex-diretor da corte fiscal, Parajara Moraes Alves Júnior, que é réu por improbidade administrativa e corrupção na Operação Digix, que apurou desvio milionário no Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, determinou o afastamento dos três conselheiros e dos dois servidores por 180 dias e ainda os proibiu de acessar as dependências do TCE.
A PF apura a existência de uma organização criminosa para fraudar licitações e desviar recursos da corte fiscal. A investigação começou com a Operação Mineração de Ouro, que deu subsídio para a nova fase da investigação.
Thaís Xavier foi alvo da primeira fase. De acordo com o despacho do ministro na época, Chadid usava o telefone em nome da chefe de gabinete. “No curso das investigações, constatou-se que o Conselheiro RONALDO CHADID utiliza linha telefônica registrada em nome de THAIS XAVIER FERREIRA DA COSTA, que exerce a função de chefe de seu gabinete”, relatou o ministro.
“Também evidenciou-se que THAIS foi beneficiada por diversas transferências bancárias realizadas por RONALDO que, entre os anos de 2015 e 2019, totalizaram mais de R$ 950.000,00 (novecentos e cinquenta mil reais), o que autoriza o cumprimento de medida em seu endereço residencial e também no gabinete/estação de trabalho utilizada no âmbito do Tribunal de Contas”, relatou Falcão.
A nova fase é o desdobramento e põe o TCE definitivamente nas páginas policiais de Mato Grosso do Sul.