Bolsonarista de raiz, Rodolfo Nogueira (PL), o Gordinho do Bolsonaro, foi o único deputado federal de Mato Grosso do Sul a votar contra o Projeto de Lei 1.085/2023, que torna obrigatório a igualdade salarial entre mulheres e homens que ocuparem os mesmos cargos. A proposta do Poder Executivo foi assinada pela ministra das Mulheres, a sul-mato-grossense Cida Gonçalves.
A Câmara dos Deputados aprovou o PL com 325 votos a favor e 36 contrários. Os demais parlamentares, como Camila Jara e Vander Loubet, PT, os três do PSDB, Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende, e inclusive o bolsonarista Dr. Luiz Ovando (PP). Marcos Pollon (PL) não participou da votação.
De autoria do Governo Lula, assinado pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o texto prevê uma multa dez vezes maior que o valor do novo salário devido ao emprego que for discriminado.
Com base eleitoral em Dourados, Rodolfo acompanhou outros bolsonaristas famosos contra a proposta, considerada um marco em defesa das mulheres no mercado de trabalho. O filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, o ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos), a mulher do ex-juiz Sergio Moro, Rosângela Moro (União Brasil), também votaram contra o projeto.
“Mais uma conquista nesse mês do trabalhador! Se aprovada no Senado, a nova Lei irá diminuir a desigualdade de gênero e garantir os direitos de todas as mulheres”, celebrou Dagoberto. “Hoje, elas recebem em média 22% a menos do que os homens que exercem a mesma função. Se forem negras, a diferença é mais que o dobro. 48% a menos que os homens brancos”, alertou o tucano.
“Mas, para que o PL alcance avanços, existem regras que precisarão ser cumpridas pelas empresas, como a atualização de relatório de transparência”, propôs. “A mulher que se sentir discriminada, poderá denunciar pelos canais específicos”, afirmou Dagoberto.