Católica e eleita na onda bolsonarista com o lema “Deus, pátria e família”, a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) surpreendeu ao ser a mais nova integrante da Frente Evangélica no Senado. O grupo esperava contar com 13 senadores, mas agora a ala evangélica passou a ser composta oficialmente por 15 senadores, inclusive com o senador Jorge Kajuru (PSB), de Goiás.
Eleita na primeira disputa na sua vida, Soraya está na metade do mandato e ganhou destaque como mais uma integrante da oposição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Sou católica, mas aderi à frente por causa da amizade com os colegas”, explicou a senadora.
Na campanha eleitoral para presidente da República, ela ficou famoso ao confrontar com o Padre Kelmon (PTB). “Temos hoje quase 700 mil mortes por Covid, 130 milhões de órfãos. Eu pergunto ao senhor o que o senhor diria para consolar essas famílias? Esses órfãos que estão até agora esperando uma ajuda do governo. Que estão até agora sofrendo, muito irmãos separados porque cada parente tem que ficar um ou outro. O senhor não tem medo de ir para o inferno não?”, questionou a sul-mato-grossense no debate da TV Globo.
Soraya ainda virou meme ao chamar o sacerdote da Igreja Ortodoxa de “padre de festa junina”. Ela obteve 600 mil votos e ficou em 6º lugar na disputa presidencial.
Liderada pelo senador Carlos Viana (Podemos), de Minas Gerais, a frente evangélica tem 15 senadores, sendo cinco da Igreja Batista e quatro da Assembleia de Deus. Não é necessário ser evangélico para fazer parte da frente, que existe oficialmente desde 2003.
Kajuru foi outro que surpreendeu ao integrar a ala religiosa. O goiano já foi crítico do dízimo no passado. “O cara tira o leite do filho dele para dar o dízimo para Deus. É um babaca, um idiota quem faz isso. Porque para chegar a Deus você não precisa pagar intermediário. Você não precisa dar dízimo para ninguém. Deus é de graça para todo mundo. Até porque se Deus cobrar dízimo, Deus também é um grande canalha. Aí eu vou passar a ser contra Deus, falou. O senador já pediu desculpas pela declaração polêmica.