O advogado Luiz Henrique Eloy Amado (PSOL) é um dos cotados para assumir o Ministério dos Povos Originários, a ser criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Considerada uma das principais lideranças indígenas do País, ele pode ser o segundo representante de Mato Grosso do Sul na esplanada dos ministérios na gestão petista.
O outro nome deverá ser da senadora Simone Tebet (MDB), que obteve 4,9 milhões de votos e ficou em 3º lugar no primeiro turno. Ela apoiou Lula e deverá assumir um ministério. O mais provável é a Agricultura e Pecuárias, mas também pode ser Educação, Justiça ou Cidadania.
Eloy é indígena Terena, que nasceu na aldeia Ipegue, localizada no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul. Formado em direito, ele começou a atuar no movimento indígena no que tange ao direito à terra indígena e atualmente é o coordenador jurídico da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da UFF (Universidade Federal Fluminense) e doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele ainda possui pós-doutorado em ciências sociais pela École des Hautes Études em Sciences Sociales, França.
Sua tese de doutorado, “Vukápanavo – O despertar do povo Terena para seus direitos: movimento indígena e confronto político” recebeu menção honrosa na edição 2020 do prestigioso Prêmio de Excelência Acadêmica da Associação Nacional Brasileira de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais.
Eloy Terena concorre com a deputada federal Joênia Wapichana (Rede), de Roraima, Beto Marubo, da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, e com as deputadas federais eleitas Sônia Guajajara (PSOL), de São Paulo, e Célia Xakriabá (PSOL), de Minas Gerais. Mato Grosso do Sul possui a segunda maior população indígena do País. Eloy diz que ficou lisonjeado com a lembrança e aceitaria o desafio. No entanto, ele destacou que ficou honrado com a possibilidade e aceitará eventual convite.