A história recente mostra o quanto políticos se importam com o que pensa o povo, que pelo regime vigente no Brasil, em última análise, é o “patrão”, que escolhe, fiscaliza e paga. Essa é a regra!
Sem perder o raciocínio e para não alongar demais, não tergiversar e nem tangenciar o assunto em questão, indo direto ao ponto, muito se falou das colocações do deputado federal Geraldo Resende (PSDB) sobre o eleitor douradense, que, segundo ele, “precisa arejar o cérebro”, que faz “escolhas perversas” e que “tem o dedo podre”. Talvez se esquecendo que ele foi o mais votado em Dourados nas últimas eleições para deputado federal. Quanta ingratidão! Ou será que ele considera inteligente somente quem votou nele?
Lembrando que suas colocações fazem referência à eleição municipal em que, por pura falta de habilidade política, perdeu para Délia Razuk – que segundo o deputado (e por conta disso a sua revolta), seria ligada à contravenção. Acusações e ofensas à parte, se esquece o deputado que o eleitor que elegeu Dona Délia para prefeita é o mesmo que o fez o deputado federal mais votado na cidade.
Fatos narrados, vamos ao que interessa. Na contramão do que o deputado acha do eleitor douradense, esse se mostra o mais inteligente do Estado.
Revendo os resultados das eleições desde o tempo de Braz Melo, passando por Humberto Teixeira, Braz Melo novamente, Laerte Tetila por dois mandatos, o saudoso Ari Artuzi, Murilo Zauith, Délia Razuk e finalmente Alan Guedes, percebe-se que, talvez à exceção do segundo mandato de Braz, do segundo de Tetila e de Murilo Zauith (que construiu candidatura praticamente única), todos os demais foram eleitos porque o eleitor douradense claramente não aceita conchavos de gabinetes.
Conchavos esses em que os políticos poderosos e abastados acomodam seus interesses pessoais e sempre em busca de se perpetuar no poder, escolhem o candidato a prefeito, a vice e até os vereadores que vão eleger em cada partido.
Se esquecem de “combinar com os russos”, repisando célebre fala do inesquecível Garrincha.
Não aprendem os poderosos que com o povo não se brinca, ainda mais quando esse povo é bem informado, está atento devido à velocidade e à clareza que as informações chegam para o eleitor que, sem dúvida nenhuma, é inteligente.
Continuam os políticos usando de truculência e querendo impor as suas vontades e projetos que raramente visam o bem-estar da população, tudo pelo poder. E o povo, ah, o povo! Que engula.
O eleitor demonstra sua insatisfação da única maneira possível, quando responde a esses “poderosos” nas urnas, costumeiramente rejeitando esses projetos construídos sem a sua participação.
Errar uma vez é humano, duas é teimosia, três/quatro/cinco/seis… é burrice. Portanto, burro, dedo podre, cérebro mofado são os políticos que se acham “poderosos”. O eleitor, ao contrário, é muito INTELIGENTE. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.