Através de impressões digitais, a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai identificou seis dos nove pistoleiros mortos na manhã de ontem (19) em uma propriedade na zona rural de Salto del Guairá, na fronteira com Mato Grosso do Sul.
O confronto ocorreu durante buscas no âmbito da Operação Ignis, deflagrada pela Senad e pela Polícia Federal brasileira contra a quadrilha do narcotraficante Felipe Santiago Acosta Riveros, o “Macho. Outros nove “soldados” da escolta do bandido foram presos, mas Riveros conseguiu fugir.
Entre os seis já identificados está o brasileiro Alexandre Diamantino de Oliveira. Os outros são os paraguaios Timoteo Leguizamon Báez, o irmão dele Adalberto Leguizamon Báez, Elvio Ramón Vera Rivarola, Rodi Ramón Espinola Amarilla e Hugo Velazco.
Na madrugada desta quarta-feira, os corpos foram levados do necrotério de uma universidade de Salto Del Guairá para a capital Asunción.
Conforme a Senad, três mortos ainda não foram identificados, mas acredita-se que sejam brasileiros. A agência paraguaia acionou o Comando Tripartido, que reúne Paraguai, Argentina e Brasil, para tentar descobrir as identidades.
No final da tarde de ontem, os dez presos na Operação Ignis foram levados de avião para a capital do Paraguai e estão no quartel da Senad. Entre eles está o brasileiro Ricardo Luiz Picolotto, o “R7”, sócio de Felipe Santiago Acosta Riveros e responsável em fornecer armas a facções criminosas brasileiras. Picolotto foi preso em sua casa, em Salto deel Guairá.
Os outros nove são pistoleiros que formam a milícia que protege Felipe Riveros e as cargas de drogas e armas enviadas ao Brasil. Eles foram localizados em uma das fazendas do narcotraficante.
Formam o grupo preso os brasileiros Gabriel Fernando dos Santos, o “Gordinho”, e Carlos Daniel Castro Wenceslau e os paraguaios Eusebio Acosta Riveros, Heriberto Roa Coronel, Hugo Ramón Benítez, Hugo César González, Alfredo Guzmán Portillo, Cristian Santiago Martínez e Sergio Denis Medina Benítez.
Considerado um dos bandidos mais sanguinários do território paraguaio, “Macho” atua ao estilo dos cartéis mexicanos, sempre acompanhado por homens fortemente armados.
Felipe Santiago Acosta Riveros é considerado foragido da Justiça Federal do Brasil por envolvimento no assassinato do militar do Exército brasileiro Daniel Engelmann, 19, em maio de 2020.
O soldado fazia parte da equipe do Exército que patrulhava o Rio Paraná na região de Guaíra (PR) quando se deparou com uma embarcação da quadrilha, carregada com meia tonelada de maconha. Na tentativa de abordagem, os traficantes reagiram atirando e mataram o soldado.
No Paraguai, “Macho” é acusado pelo assassinato de um policial e por promover diversos ataques a tiros a delegacias, além de operações de resgate de presos. Seu nome está na lista vermelha da Interpol.
A Operação Ignis cumpriu mandados em três endereços, apreendeu seis caminhonetes de grande porte, 30 fuzis, uma metralhadora antiaérea calibre 50 e 19 carregadores calibre 7,62. (Do Campo Grande News)