Nesta segunda-feira (15), servidores da Alfândega da Receita Federal em Mundo Novo identificaram grande carga de drogas ilícitas em veículo retido por importação irregular de pneus. Ao todo, 2,2 toneladas de maconha foram descobertas em fundo falso na carreta de caminhão apreendido por tentar adentrar o país por ponto de fronteira não alfandegado com pneus importados.
A retenção do veículo ocorreu na madrugada do dia 18 de fevereiro deste ano, quando o caminhão com placas paraguaias foi flagrado ao entrar no território nacional, de modo clandestino, através de estrada vicinal que liga o Brasil ao Paraguai, próximo ao posto fiscal Leão da Fronteira em Mundo Novo. A abordagem ocorreu na BR-163, na altura do km 6. Inicialmente o que chamou a atenção dos servidores foram os pneus novos, aparentemente fruto de importação irregular.
Durante entrevista, o condutor do veículo, um cidadão paraguaio de 32 anos de idade, alegou ter sido contratado para adentrar o território nacional brasileiro com o veículo de forma clandestina, evadindo-se dos controles aduaneiros. Segundo ele, o destino era a cidade de Guaíra (PR), onde carregaria com tomate ou cebola e retornaria ao Paraguai. Dadas as circunstâncias da ocorrência, bem como a falta de comprovação da aquisição dos pneus no mercado nacional ou sua regular importação, o veículo foi retido para averiguação.
Durante o processo de verificação, finalizado nesta segunda-feira, quase dois meses após a apreensão, os servidores descobriram compartimento oculto na carreta do caminhão, onde estavam acondicionados os pacotes de maconha. A droga estava escondida sob o assoalho da carreta e foi avaliada em R$ 4,4 milhões. Considerando o valor do veículo de R$ 120 mil, o prejuízo dos traficantes foi de R$ 4,5 milhões.
A Receita Federal cita que o modus operandi do tráfico de drogas na região, recrutando pessoas para transportar substâncias ilícitas do Paraguai para o Brasil, muitas vezes sem o conhecimento dos transportadores sobre o conteúdo real da carga. Outro ponto de destaque é a existência de assentamento irregular na região fronteiriça, lar de famílias que enfrentam condições de vulnerabilidade socioeconômica e que muitas vezes são alvos de aliciamento por traficantes.