A Polícia Militar teve de usar “balas de borracha” e bombas de gás para controlar indígenas que ameaçavam incendiar a caminhonete Toyota Hilux envolvida em acidente com morte nesta terça-feira (30) em Dourados.
Revoltados com o atropelamento, moradores de acampamentos montados em áreas de retomada ao lado da Reserva Indígena de Dourados bloquearam o anel viário e, segundo os policiais, tentaram sequestrar os ocupantes do veículo, resgatados pelo Corpo de Bombeiros e retirados do local.
Vídeos gravados por pessoas que passavam pela estrada e pelos próprios indígenas mostram o momento de tensão que culminou com tiros de munição não letal e uso de gás (veja as imagens acima). Os indígenas jogaram pedras contra os policiais, mas nenhum militar ficou ferido.
Segundo a PM, os indígenas se revoltaram após outro acidente com morte ocorrido na rodovia e se aglomeraram no local ameaçando agredir as quatro pessoas que estavam na caminhonete.
Como o motorista e os passageiros foram retirados pelos bombeiros, o grupo interditou a pista com galhos e avançou para atear fogo na caminhonete enquanto peritos da Polícia Civil faziam trabalho na cena da morte.
A situação foi controlada com a chegada de mais equipes da PM e do TOR (Tático Ostensivo Rodoviário) da Polícia Militar Rodoviária. Por volta de 13h, a pista foi liberada e a caminhonete guinchada.
O acidente ocorreu por volta de 11h quando ciclista, ainda não identificado, tentava atravessar a pista e foi atingido pela Hilux branca com placa de Chapecó (SC). A rodovia separa a Reserva Indígena do perímetro urbano. Ele morreu no ato.
O acidente ocorreu em frente a áreas ocupadas por grupos de guarani-kaiowá que reivindicam a ampliação da reserva. Repórteres que cobrem o setor policial foram ameaçados pelos manifestantes e tiveram de deixar o local às pressas para não serem agredidos.
Moradores da reserva criticaram a falta de sinalização nesse trecho do anel viário e voltaram a cobrar a instalação de redutores de velocidade e lombadas eletrônicas.