Plano de fuga em massa de presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) foi descoberto na Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande. Neste domingo (12), o Ministério da Justiça determinou uma inspeção na unidade.
Relatórios do serviço de inteligência apontaram, com evidências em vídeos, mudanças recentes na infraestrutura do Pavilhão A, que sugere uma fuga. Por conta do risco, agentes da segurança paraguaia ocuparam hoje o presídio e vistoriam as celas e pertences dos detentos.
O procedimento segue chefiado pelo diretor dos estabelecimentos penitenciários, coronel Ruben Peña.
Fuga histórica - Existem vários registros de fuga na Penitenciária Regional de Pedro Juan. O mais relevante foi no dia 19 de janeiro de 2020, quando 75 presos escaparam por um túnel, em sua maior parte, também faccionados ao PCC. O custo seria de US$ 1,5 milhão, cerca de R$ 6 milhões, o que incluía valor de propina paga a agentes penitenciários, além de transporte dos foragidos e logística.
Naquela época, a então ministra da Justiça paraguaia, Cecilia Pérez, já havia declarado que as autoridades detectaram um plano de fuga e garantiu “categórica conivência de funcionários do presídio”.
Para saírem, os presos cavaram túnel por dias até a saída em frente ao muro da prisão, quase debaixo de uma guarita da muralha e entre dois postos de segurança, sem que ninguém fosse notado.
Durante o trabalho, eles foram depositando terra nas celas durante dias. Com tamanha movimentação, as investigações apontaram que o plano não poderia ter vingado sem a ajuda dos guardas soubessem.
No grupo de 2020 estavam 40 brasileiros, entre eles Julio César Gomes, de 29 anos; Ailton Botelhos dos Santos, 35; Felipe Diogo Fernandes Dias, 25; Rafael de Souza, 25, e Luciano de Souza Martins, 26, todos aliados de Sérgio Arruda Quitiliano, conhecido como Minotauro, um dos principais traficantes da facção criminosa brasileira.
Um ano antes, Minotauro havia sido preso em Balneário Camboriú (SC) após comandar banho de sangue na linha internacional do Paraguai com MS. Entre os crimes atribuídos ao bandido estão os assassinatos de um policial civil e do ex-vereador de Ponta Porã, Chico Gimenez.
Do total, 11 foragidos foram recapturados. O diretor do presídio de Pedro Juan Caballero e outros 30 agentes penitenciários foram detidos sob suspeita de facilitação.