Erica de Sales Pereira, 23, a verdadeira condutora do jipe Troller que invadiu a preferencial e provocou a morte do militar do Exército Robert Trindade Francisco, 21, na madrugada de sábado (15) em Dourados, colocou a culpa na vítima.
Em depoimento na tarde desta segunda-feira, na Polícia Civil, ela admitiu ter invadido a preferencial, mas afirmou acreditar que daria tempo de atravessar a Avenida Weimar Gonçalves Torres. Segundo a versão dela, o motociclista estaria “a 100 km por hora”.
Erica não tem CNH e pegou o carro do patrão (a quem chama de pai de consideração) sem o consentimento dele. Ela negou ter consumido bebida alcoólica e disse que pediu para Maurinaldo dos Santos, 26, assumir ser o condutor do veículo apenas por não possuir carteira de habilitação.
Maurinaldo, que estava no restaurante localizado no cruzamento onde ocorreu o acidente (Weimar Torres com Melvin Jones), também alegou não ter consumido bebida alcoólica. Ele passou por teste de bafômetro e o resultado deu negativo. Como naquele momento a Polícia Militar não sabia que a mulher era a verdadeira condutora, Erica não foi submetida ao teste.
Os dois afirmaram estarem arrependidos. Erica vai responder por homicídio culposo. Maurinaldo, por falsa comunicação de crime. Os dois são funcionários de uma loja de produtos populares localizada no centro de Dourados. Erica veio de Riacho dos Cavalos (PB). Ela foi acompanhada no depoimento pelo advogado Rubens Saldivar e Maurinaldo por Renan Souza Pompeu.
Erica de Sales Pereira ainda disse que após o acidente, eles foram para o sítio onde ela mora junto com outros funcionários da loja (trazidos do Nordeste). Entretanto, o Troller com a porta amassada foi visto estacionado em frente a um conjunto de quitinetes da cidade, no sábado à tarde.