A Promotoria de Justiça de Anastácio e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) concluíram a primeira etapa das investigações e denunciaram os dois policiais militares envolvidos na morte do ex-vereador Wander Alves Meleiro, o "Dinho Vital”. O crime ocorreu no dia 8 de maio, data de aniversário da cidade.
Valdeci Alexandre dos Santos, 41, e Bruno César Malheiros dos Santos, 33, são acusados de homicídio qualificado.
Segundo a denúncia oferecida à Justiça, os disparos foram efetuados pelos dois policiais militares que não estavam em serviço no momento dos fatos.
Conforme o laudo necroscópico e do laudo de local de crime, a vítima foi alvejada com um tiro pelas costas e nas costas, tendo o projétil transfixado seu tórax e saído no peito. Outro projétil o atingiu a região lateral do abdome, de baixo para cima.
Além disso, os laudos periciais revelaram que, pela posição dos atiradores, bem como pelas manchas de sangue da vítima encontradas no chão e o local em que seu corpo foi encontrado, Dinho tentou fugir para frente de seu veículo para se refugiar dos disparos.
Ainda, foram encontrados oito estojos de cartuchos de munição próximos ao veículo dos policiais, enquanto próximo à vítima nenhum estojo deflagrado foi encontrado, descartando qualquer troca de tiros entre os envolvidos. Também, foram constatadas apenas perfurações de projéteis de arma de fogo no veículo da vítima, todas de trás para frente do veículo.
Assim, os dois policiais foram denunciados por homicídio qualificado, pelo motivo torpe, em razão da discussão de natureza política que antecedeu o ocorrido.
Eles também são acusados de praticar o crime por meio que resultou perigo comum, já que os diversos disparos foram efetuados em plena via pública com intenso fluxo de veículos e pessoas, inclusive com a presença da esposa da vítima no mesmo lado do acostamento da via onde ocorreram os disparos, e praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois surpreendida e alvejada pelas costas, reduzindo suas chances de defesa.
A denúncia oferecida pelo Ministério Público, já foi recebida pela Vara Criminal de Anastácio, bem como a prisão temporária dos acusados foi convertida em prisão preventiva.
A conclusão do MPMS é contrária à apuração da Corregedoria da PM que reconheceu a autoria dos disparos feita pelos dois policiais, mas alega que agiram em legítima defesa e o “estrito cumprimento do dever legal”. A corregedoria também concluiu que os dois policiais não estariam fazendo segurança do ex-prefeito de Anastácio Douglas Figueiredo (PSDB), com quem Dinho Vital brigou na festa, pouco antes de morrer.