Morto ao trocar tiros com pistoleiros na manhã desta sexta-feira (16) em Dourados, Eliston Aparecido Pereira da Silva, 51, foi condenado a 22 anos de prisão por pelo menos quatro assaltos ocorridos entre as décadas de 1990 e 2000, todos na Capital.
Das quatro condenações, Eliston cumpriu apenas 5 anos, 10 meses e 20 dias da primeira sentença, de 6 anos e 8 meses, por assalto à mão armada ocorrido em abril de 2008 no centro de Campo Grande. Em regime semiaberto, ele fugiu do Instituto Penal Agrícola da Capital no dia 4 de setembro de 2002 e nunca mais foi recapturado.
Quando já estava foragido, Eliston foi condenado em mais três ações penais por roubo – com penas de 6 anos e 4 meses, 6 anos e 2 meses e 3 anos.
Embora estivesse foragido, a defesa dele pediu à Justiça, em 2017, a prescrição das penas. No dia 21 de novembro de 2018, após longos embates entre a defesa e o Ministério Público, o juiz Mário José Esbalqueiro Júnior reconheceu a prescrição e declarou extinta a punibilidade.
Assaltos
Das quatro condenações impostas a Eliston Aparecido Pereira da Silva, o Campo Grande News conseguiu acesso a dois processos, um de 1998 e outro de 2000 (quando estava foragido do regime semiaberto). Nos dois casos, ele confessou os crimes, praticados sob a mira de arma.
No dia 27 de abril de 2008, Eliston e um comparsa, armados com revólver calibre 38, assaltaram o dono de uma Toyota Hilux azul que estava estacionado no cruzamento das ruas Rio Grande do Sul e Antonio Maria Coelho, no Centro da Capital. A vítima esperava a esposa em frente a um consultório médico.
Os dois fugiram com a Hilux e se esconderam na chácara onde o outro assaltante morava. Na madrugada, saíram para levar a caminhonete para a Bolívia, mas foram presos pela PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Na delegacia, Eliston confessou o crime e disse que participou do assalto porque precisava de dinheiro. Natural de Dourados, na época ele morava com a irmã, na Capital. Eliston foi condenado ao regime fechado, mas logo foi beneficiado com progressão de regime.
No dia 9 de dezembro de 2000, quando estava foragido do regime semiaberto há um ano e dois meses, Eliston e outro comparsa, armados com revólver calibre 38, roubaram uma SUV Jeep Cherokee que estava em um lava-rápido. O veículo era avaliado em 23,4 mil (o equivalente a 150 salários mínimos da época). O roubo ocorreu no cruzamento da Rui Barbosa com 26 de Agosto.
Como o carro apresentou defeito minutos depois, eles o abandonaram e pegaram um ônibus, mas foram presos pela Polícia Militar dentro do coletivo. Na delegacia, Eliston confessou o assalto, disse que o roubo havia sido planejado pelo mesmo comparsa do assalto de abril de 1998, que nunca havia sido preso. Era esse bandido que tinha contato com receptadores bolivianos.
Na época desse segundo roubo, Eliston estava morando em Ribeirão Preto (SP), de onde veio com o comparsa de ônibus para roubar algum veículo de alto valor em Campo Grande e levar a ao receptador na Bolívia.
Mesmo já condenado na época, Eliston Aparecido Pereira da Silva voltou logo para o regime semiaberto, de onde fugiu menos de dois anos depois e nunca mais foi recapturado, até ser beneficiado com a prescrição da pena.
Assassinato
Na manhã desta sexta-feira (16), Eliston e a mulher chegava em casa, na Rua Reinaldo Bianchi, no Jardim Santa Fé, região oeste de Dourados, quando foram atacados a tiros por três pistoleiros em um Fox prata.
Eliston conduzia uma picape Fiat Toro branca e trocou tiros com os bandidos, mas foi alvejado com pelo menos 13 disparos e morreu quando era socorrido pela esposa. A mulher também participou da troca de tiros, mas não ficou ferida. Duas pistolas descarregadas foram apreendidas pela polícia na residência do casal. Uma bolsa cheia de munições também foi encontrada.
O Fox foi abandonado a 1.500 metros do local, nos fundos do antigo Dourados Park Hotel. Havia marcas de tiros no carro e pelo menos um dos pistoleiros ficou ferido. Eles estão sendo procurados pela Polícia Civil e pela Polícia Militar.