A Justiça paraguaia autorizou no início da noite desta sexta-feira (26) o pedido de extradição ao Brasil do grupo preso por tráfico de armas no âmbito da Operação Dakovo, que desmantelou a rede internacional de fornecimento de armamento, em dezembro do ano passado. Entre eles estão duas integrantes das Forças Armadas do país vizinho. A organização teria fornecido ao menos 43 mil armas a facções brasileiras.
A decisão foi tomada pelo juiz de Garantias Criminais Osmar Legal. Entre os pedidos de extradição autorizados estão das vendedoras de armas Maria Mercedes Ocampos, 31, e Eliane Magali Marengo Subeldia, 36; dos traficantes de armas Manuel Antonio Gómez Ojeda, 46, Arnaldo Andres Cubas Cantero, 31, e Angel Antonio Flecha Barrios, 45; e do vendedor de armas Aldo Cantero Cáceres, 45.
O Paraguai também deu aval para a extradição do doleiro Ricardo Luis Morra Gadea, 36; do traficante de armas Julio César Cubas Cantero, 39; da capitã e ex-chefe de controle da Dimabel Josefina Cuevas Galeano, 35; e da primeira-tenente Cinthia Maria Turro Braga, 40, ex-assessora jurídica do Registro Nacional de Armas.
De acordo com investigações da Polícia Federal brasileira e da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, as armas eram importadas legalmente de países do leste europeu pela empresa IAS (International Auto Supply), com sede em Asunción.
No Paraguai, com apoio de integrantes da Dimabel – órgão militar paraguaio de controle do comércio de armas – a empresa forjava documentos para comprovar a venda das armas de forma individual para pessoas físicas. Entretanto, o armamento tinha a numeração raspada e era destinado às facções brasileiras.
Para impedir o rastreamento do dinheiro, a organização contava com apoio de doleiros, que montaram esquema para fazer transações em espécie e através de valores baixos, para burlar os órgãos de controle. (Com informações do Campo Grande News)