Pai dela ganhou liberdade provisória; os dois foram presos sexta-feira na BR-163
A juíza plantonista Larissa Ribeiro Fiúza decretou a prisão preventiva da auxiliar de veterinária Marina Martins Gamarra, 41, moradora no Residencial Monte Carlo, em Dourados, flagrada com 36 quilos de maconha e um fuzil Colt calibre 7,62 com dois carregadores, na sexta-feira (21). Ela viajava com o pai e a filha que completa 7 anos neste domingo (23) e tinha como destino a cidade de Maringá (PR).
O pai dela, Carlos Marcos Recalde Gamarra, 63, ganhou liberdade provisória com medidas cautelares a cumprir. Ele negou saber da droga e da arma de grande poder de destruição escondidos no fundo falso da Fiat Toro da filha. Marina também afirmou em depoimento que o pai não sabia dos produtos ilegais.
Sobre Marina Gamarra, a juíza afirmou: “a custodiada não faz jus à substituição da prisão preventiva por domiciliar em razão de possuir filha de menor de 12 anos, no caso, com 7 anos de idade. Explico: tal previsão normativa tem como objetivo a proteção da criança. Embora as hipóteses sejam, em regra, obrigatórias, o Supremo Tribunal Federal permite que o juízo deixe de realizar a substituição quando: 1) a mulher tiver praticado crime mediante violência ou grave ameaça; 2) a mulher tiver praticado crime contra seus descendentes (filhos e/ou netos); 3) em outras situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício. A terceira exceção se faz presente no caso concreto. Isso porque a custodiada levou a filha (criança de apenas 7 anos) consigo na empreitada criminosa. Assim, expôs a própria filha aos perigos inerentes ao cometimento do crime. Tal conduta, por si só, traz prejuízo à formação moral da infante e trouxe danos à sua integridade emocional, por presenciar a mãe sendo presa em flagrante”.
As prisões
Marina e o pai foram presos quando tentavam deixar Mato Grosso do Sul com destino à região Sul do país com a maconha e o fuzil em fundo falso na carroceria da Fiat Toro. Na abordagem, Carlos informou endereço residencial em Itajaí (SC), mas na delegacia disse que mora no Izidro Pedroso, em Dourados.
Residente na Rua Tereza Magro Machado, no Monte Carlo, Marina estava sendo investigada por policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) da 1ª Delegacia de Polícia e da delegacia da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Informados pelos policiais douradenses sobre o deslocamento da Fiat Toro pela BR-163, policiais rodoviários federais pararam o veículo município de Itaquiraí e o levaram para a base da Receita Federal do Brasil em Mundo Novo, onde o scanner veicular usado para identificar cargas ilegais em compartimentos ocultos de veículos apontou a existência de fundo falso na carroceria da picape. Quando abriram o compartimento, os policiais acharam e 59 tabletes de maconha, que pesaram 36,7 quilos, o fuzil com dois carregadores enrolados em plástico-filme.
Os dois foram levados para a Polícia Civil em Itaquiraí e autuados em flagrante por tráfico de drogas, posse ilegal de arma de uso restrito e corrupção de menores. O alvará de soltura de Carlos Gamarra foi expedido na madrugada de hoje. Marina deve ser levada para presídio feminino nos próximos dias.