O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, concedeu liberdade provisória ao defensor público de Mato Grosso do Sul, Helkis Clark Ghizzi, que tinha sido preso em março do ano passado e hoje cumpria prisão domiciliar por integrar organização criminosa.
Ghizzi foi preso no dia 14 de março do ano passado no âmbito da Maître, como ficou chamada a segunda fase da operação Courrier, tocada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
O defensor, que tinha sido afastado do cargo duas semanas antes de encarcerado, segundo as investigações, envolveu-se em crimes de associação criminosa e corrupção implicando advogados, servidores e também a temível facção criminosa PCC.
Ainda segundo o Gaeco, o defensor é suspeito de ter utilizado senhas sigilosas para fazer pesquisas em nome de eventuais vítimas de atentado nos sistemas ligados à segurança pública e ao judiciário, entre os quais um delegado da Polícia Civil.
Bruno Ghizzi, advogado, filho do defensor, também é investigado pelo suposto esquema.
Helkis Ghizzi deixou a prisão quatro meses depois, em julho do ano passado, depois de pagar uma fiança de quase R$ 40 mil e deixar o cárcere monitorado por tornozeleira eletrônica.
Pela decisão que revogou a prisão domiciliar, publicada nesta quinta-feira (6), no Diário Oficial de Justiça de MS, Ghizzi deve ser mantido afastado da Defensoria, além de cumprir determinadas restrições impostas pela justiça, como:
Comparecer mensalmente em juízo para comprovar suas atividades e seu endereço; proibição de manter qualquer tipo de contato com os investigados; não mudar de residência sem prévia comunicação à Justiça; não se ausentar da comarca sem prévia autorização; comparecer a todos os atos do processo, quando devidamente intimado, sob pena de eventual restabelecimento de sua prisão e não se ausentar do país.
O nome da operação que motivou o afastamento e a prisão do defensor, Maître ou Mestre na tradução, era como Helkis Ghizzi era chamado pelos cúmplices na organização criminosa.