O juiz Marcelo da Silva Cassavara, da 1ª Vara Criminal de Dourados, decretou nesta quarta-feira (1º) a prisão preventiva do policial penal Allan Koch, 44, flagrado segunda-feira (30) por policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) com 290 quilos de maconha e 2 quilos de cocaína pura. A decisão foi tomada no início desta tarde, durante audiência de custódia.
Já o filho do policial, Daniel Koch, 20, preso com o pai no mesmo endereço onde estava a droga, vai ficar em liberdade provisória. Além de ser monitorado por tornozeleira eletrônica por no mínimo 180 dias, Daniel terá de ficar recolhido em casa das 22h às 5h e está proibido de se ausentar da comarca de Dourados sem autorização judicial.
O rapaz vai permanecer em liberdade com medidas cautelares porque, no entendimento do juiz douradense, a participação dele no crime de tráfico de drogas em conluio com o pai ainda não está devidamente comprovada.
“O autuado possui condições subjetivas favoráveis e não ficou inequivocamente delineado o grau de participação na traficância fomentada, em tese, pelo seu genitor. Certamente os desdobramentos e diligências policiais realizadas no inquérito irão apurar o nível de envolvimento com a atividade ilícita, contudo, diante da precariedade do colhido até o momento, a prisão cautelar não se revela imprescindível, sendo possível a concessão de liberdade provisória mediante a fixação de medidas cautelares”, afirmou Marcelo Cassavara.
Segundo o DOF, no momento em que os policiais chegaram ao endereço onde estava a droga, Daniel teria dito que ele e o pai guardavam as drogas na casa, localizada na Rua Sílvia de Araújo Moraes (antiga W-8), no Jardim Água Boa, região sul de Dourados. Entretanto, na Defron (Delegacia de Fronteira), onde foi autuado, alegou não saber da existência de droga na casa. Allan Koch também negou participação do filho no tráfico.
Ao rejeitar pedido dos advogados da defesa, que apontaram irregularidade nas prisões por suposta invasão de domicílio, o magistrado também refutou o pedido de prisão domiciliar para o policial penal.
“Há indícios suficientes de que o flagranteado era proprietário e capitaneava o esquema de comércio dos entorpecentes, que foram avaliadas pela autoridade policial em mais de R$ 700 mil, o que aponta uma estrutura de alto poder aquisitivo. A associação ilícita ganha contornos de maior gravosidade na medida em que o flagranteado é policial penal lotado na Penitenciária Estadual de Dourados, o que pode, de qualquer modo, facilitar a introdução dos entorpecentes na unidade prisional, delineando maior perigo à ordem pública e a coletividade, pelo relevante cargo público que ocupa”, despachou o juiz ao decretar a prisão preventiva.
Marcelo Cassavara mandou transferir Allan Koch para unidade prisional compatível com cargo que ocupa na área de segurança pública. Ele será levado para o Centro de Triagem Anísio Lima, em Campo Grande.
No depoimento à Defron, o policial penal afirmou ainda que tinha sido contratado por um morador de Cuiabá (MT) para guardar a droga na casa até ser levada para o Paraná. Ele não informou o nome do contratante.
Também revelou que na tarde de segunda-feira, uma mulher foi ao local para confirmar a quantidade e que o entorpecente seria despachado para o destino naquela noite.