Valter Brito da Silva, José de Brito Junior Sergio Aparecido Bezerra foram presos ontem em Amambai
Apontado como chefe de esquema de corrupção investigado no âmbito da Operação Laços Ocultos, o ex-vereador de Amambai Valter Brito da Silva (PSDB) foi preso em flagrante por receptação de uma motoniveladora roubada.
A prisão foi feita por policiais da Defron (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Fronteira) nesta segunda-feira (22) em Amambai.
Também foram presos o irmão de Valter, José de Brito Junior, 38, e o sócio deles, Sergio Aparecido Bezerra, 51. José e Sergio já vinham sendo investigados por receptação de máquinas roubadas e chegaram a ser presos em flagrante no início deste mês em Três Lagoas, mas foram soltos na audiência de custódia.
Em nota, a Defron informou que na tarde de ontem, equipe fazia diligências em Amambai, no âmbito da Operação Protetor, quando foi acionada por policiais da 3ª Delegacia de Polícia de Três Lagoas sobre a motoniveladora furtada em Dr. Ulisses (PR), no dia 15 deste mês, que estaria escondida na margem da MS-156.
Os policiais da Defron foram até o local e encontraram a máquina no interior de uma empresa de construção. Valter, José Brito e Sergio Bezerra se apresentaram como proprietários da motoniveladora.
Durante consultas e comparações, os policiais constataram que a máquina era a mesma furtada no Paraná e possuía indícios de adulteração. Os três foram presos em flagrante e conduzidos para a sede da Defron em Dourados, onde foram autuados em flagrante por receptação e depois encaminhados para Delegacia de Polícia em Amambai, onde aguardam decisão judicial.
Laços Ocultos
Vereador em Amambai por quadro mandatos, vice-prefeito por um mandato e presidente da Câmara Municipal, Valter Brito, empresários e servidores do município foram presos pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) no dia 16 de novembro do ano passado acusados de corrupção.
No mês seguinte, ele e outras 16 pessoas foram denunciados pelo Ministério Público por suposto esquema envolvendo fraude em licitações e por receberem R$ 2,7 milhões em propina.
Valter Brito ficou encarcerado até sofrer princípio de infarto e depois foi beneficiado por prisão domiciliar. Em março deste ano, renunciou ao mandato na Câmara.
No dia 4 deste mês, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu, por 2 a 1, suspender a Operação Laços Ocultos por considerar o juiz de Amambai Daniel Raymundo Matta incompetente para julgar o caso. Uma semana depois, o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva revogou a prisão domiciliar de Valter e suspendeu todas as demais cautelares impostas aos outros investigados.