Jovem foi falsamente acusado de estupro e morto a facadas em janeiro de 2024 em Deodápolis
Cinco homens acusados de matar um adolescente de 17 anos, falsamente acusado de estupro, em janeiro de 2024 em Deodápolis, foram condenados nesta sexta-feira (14). O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri do Fórum de Dourados.
Fabiano Alves Capelaxio, 36, Erik Henrique da Silva de Jesus, 22, Ryan Lucas Teixeira Salustriano, 20, Rafael Kennedy da Silva Alves, 20, e João Pedro Leôncio de Lima, 20, foram presos em flagrante.
Acusado de ser o mentor do crime, Fabiano foi condenado a 22 anos e 9 meses de reclusão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado. Ele decidiu matar o rapaz após descobrir que o adolescente havia ficado com a filha dele, na época com 14 anos. A menina disse à polícia que ela e o adolescente eram apenas amigos.
Erik foi condenado a 25 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão. Ryan recebeu 22 anos e 9 meses de reclusão enquanto Rafael e João Pedro foram condenados a 17 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, respectivamente. Rafael é filho de Fabiano. Os réus também terão de pagar indenização de R$ 50 mil à família da vítima. Eles ainda podem recorrer.
Conforme a investigação policial, o crime ocorreu após Fabiano, ouvir, em uma mesa de bar, que o adolescente havia "ficado" com a filha dele. "Inconformado com o suposto relacionamento e alegando falsamente que a filha havia sido estuprada, o homem se reuniu com mais quatro indivíduos e buscaram a vítima em sua casa", afirma trecho da denúncia.
O grupo foi até a casa do tio do adolescente, onde o rapaz morava, o colocou à força no carro e o levou para local afastado da cidade, onde ele foi morto com facadas no peito e o pescoço.
Ainda segundo a denúncia, o tio do adolescente foi obrigado pelos criminosos a dirigir o carro até um bar, onde beberam para “comemorar” o crime. O homem ainda teve que pagar a conta, no valor de R$ 120.
Durante a bebedeira, Fabiano disse que voltariam ao local do crime para ocultar o corpo, mas o tio do rapaz abandonou a chave do carro e fugiu do grupo. Depois, procurou a polícia e denunciou os autores do assassinato do sobrinho. A morte do adolescente também teve motivação racista. Testemunhas afirmaram que Fabiano havia dito que mataria o jovem por "odiar preto".