O temido pistoleiro Marcio Sánchez Giménez, o “Aguacate”, está morto. Apontado como o chefe do principal escritório de pistolagem da linha internacional entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS), Marcio Sánchez foi fuzilado com pelo menos 33 tiros e seu corpo jogado com as calças abaixadas, numa rua da área central de Pedro Juan Caballero.
Moradores que seguiam para o trabalho na manhã desta sexta-feira (16) encontraram o corpo enrolado num cobertor laranja. Segundo a Polícia Nacional, Aguacate (abacate, em castelhano) foi morto em outro local e o corpo jogado na rua.
O local da “desova” fica nos arredores do Palácio da Justiça e da sede da Prefeitura de Pedro Juan Caballero. O corpo foi reconhecido pela irmã, no necrotério da cidade.
O assassinato de Marcio Sánchez suscita o temor de nova guerra na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. Ex-segurança do chefe do narcotráfico Jorge Rafaat Toumani (executado em Pedro Juan Caballero em 15 de junho de 2016), Aguacate se tornou bandido importante após a morte do patrão.
Procurado pela polícia paraguaia desde 2019, ele liderava um exército de pistoleiros, circulava pela fronteira em caminhonete blindada acompanhado por dezenas de seguranças armados com fuzis.
Segundo policiais da fronteira, Aguacate era peça-chave na segurança do tráfico na linha internacional. Além de garantir o sono dos contratantes, eliminava os rivais de seus empregadores. Também trabalhou por um tempo a serviço da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Dezenas de assassinatos ocorridos nos últimos sete anos são atribuídos ao escritório de pistoleiros comandado por Marcio Sánchez. Entre os crimes estão duas chacinas ocorridas em 2019 e 2021 em Pedro Juan Caballero. Numa delas, em outubro de 2021, a filha do então governador de Amambay foi uma das quatro vítimas.
Aguacate chegou a ser preso em agosto de 2018 suspeito de ser o mandante do assassinato de um vereador de Capitán Bado, cidade paraguaia vizinha de Coronel Sapucaia (MS). Entretanto, alguns dias depois um juiz local mandou colocá-lo em liberdade por falta de provas.
Em janeiro de 2019, ele escapou de atentado a tiros de fuzil na região de Capitán Bado. Aguacate estava de caminhonete blindada e não foi atingido pelas balas. Outro crime atribuído ao escritório de pistoleiros controlado por Aguacate está a execução do policial civil Wescley Dias Vasconcelos, 37, no dia 6 de março de 2018 em Ponta Porã.
Crédito: Campo Grande News