O brasileiro Demétrio de Sousa Lacerda foi preso com armas de grosso calibre nesta quarta-feira (21) em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua de Ponta Porã (MS). A prisão foi feita por agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e militares da FTC (Força-Tarefa Conjunta), grupo de elite das forças armadas do Paraguai.
Ele foi detido em apartamento localizado na Avenida Manuel Dominguez com 15 de Agosto. No local, os agentes no núcleo de combate ao narcoterrorismo encontraram duas escopetas semiautomáticas calibre 12, carregadores, munições e três celulares.
Ainda hoje, após os trâmites burocráticos, Demétrio será oficialmente expulso do território paraguaio e entregue às autoridades brasileiras na linha internacional.
Segundo a agência paraguaia, atualmente o brasileiro cumpre medidas alternativas à prisão por tráfico de drogas. No dia 24 de novembro de 2020, Demétrio e Leandro Nunes de Lima foram presos com 809 quilos de maconha na MS-164, em Ponta Porã. A rodovia é uma das três principais rotas do tráfico na fronteira.
Em depoimento à Justiça, Demétrio confessou que atuava na compra e venda de maconha na fronteira e que receberia R$ 30 mil para intermediar a carga apreendida. Leandro era o motorista do caminhão onde estava a droga e Demétrio acompanhava a carga em um Volkswagen Polo. Ele admitiu ser o dono da carga.
Inicialmente, Demétrio foi condenado a 12 anos e 3 meses de reclusão e Leandro a 9 anos e 4 meses. Os dois recorreram ao TRF (Tribunal Regional Federal) e conseguiram reduzir as penas para 10 anos e 8 meses e 8 anos e 9 meses, respectivamente.
Na sentença, a Justiça Federal citou íntimo envolvimento de Demétrio Lacerda com o crime organizado na região de fronteira, com acesso a armas de fogo de uso restrito, como pistolas com “kit rajada” e fuzis de alto calibre, “equipamento só acessível a pessoas engajadas no comércio ilícito de armamentos”.
A sentença cita ainda que o brasileiro negociava grandes cargas de drogas, “havendo conversas de celular que demonstram que ele atua como genuíno fornecedor de entorpecentes”. Apesar de o TRF ter determinado cumprimento da sentença em regime inicial fechado, Demétrio estava fora da prisão, cumprindo medidas alternativas.
CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS