A mãe de Gabriel Rojas Luna, 23 anos, morto com um tiro no peito pela PM, contesta a informação repassada pela corporação e afirma: "ele não tinha arma".
Rosana Rojas, de 42 anos, conta que o filho voltava de uma festa e deu carona para as amigas. "Ele saiu do serviço 22 horas, foi em casa, jantou, tomou banho e foi para a festa", lembra a mãe. Durante a madrugada, ela foi informada que o filho teria se envolvido em acidente, mas ao chegar no local, o encontrou ferido a tiro.
Na versão da PM, ao dar voz de abordagem, o rapaz saiu do carro Chevrolet Celta e sacou uma arma de fogo, fato que é contestado pela mãe. "Mandou descer só o motorista. Ele saiu e colocou a mão na cabeça, não tinha arma, foi plantada", afirma.
A informação é a mesma dada pelas outras três meninas que estavam com Gabriel no carro. "Quando fomos abordados ele [Gabriel] falou: 'vamos parar, é rotina', e já desceu com a mão na cabeça. Depois só escutamos os tiros", descreve uma das meninas que pediu para ter o nome preservado. "A gente viu eles colocando a arma", completa.
De acordo com informações do site Campo Grande News, a mãe de Gabriel autorizou a doação das córneas e pede justiça. "Era um excelente filho, trabalhador e gostava de festa. Saía, jogava sinuca, era o que ele gostava. O Gabriel nunca reagiria a uma abordagem", lamenta Rosana.
O caso - Segundo a Polícia Militar, a equipe recebeu informações sobre um rapaz que estava armado e circulando em um veículo Chevrolet Celta de cor prata. Durante diligências, os policiais encontraram o carro na Avenida Gunter Hans, cruzamento com a Rua Campestre.
Na sequência, os militares deram ordem de parada, que foi obedecida pelo condutor. Gabriel estava acompanhado por três meninas, sendo duas de 18 e uma menor, de 17 anos de idade. Aparentemente, segundo a PM, ele não parecia oferecer resistência, mas em determinado momento sacou um revólver e os policiais revidaram.
Gabriel foi atingido por um tiro no peito e o Corpo de Bombeiros acionado para socorrê-lo, porém, após tentativas de reanimação, a morte foi constatada. O caso foi registrado como "homicídio decorrente de oposição à intervenção policial".
A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a assessoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). Em resposta, a corporação disse que a ocorrência ainda está em andamento e dará um posicionamento assim que possível.