Equipes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) fazem buscas na linha de fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul para tentar prender Valter Ulisses Martins Silva, 27, um dos alvos da Operação Prime, desencadeada em 15 de maio deste ano pela Polícia Federal.
Valter e o irmão, o empresário douradense Marcel Martins Silva, 35, são apontados como “cabeças” da organização criminosa de tráfico internacional de cocaína. Marcel foi preso em condomínio de luxo em Dourados no dia da operação, mas Valter conseguiu fugir e estaria escondido em território paraguaio. Entre as empresas de Marcel em Dourados está a Primeira Linha Acabamentos.
Coordenados pelo promotor de Justiça Celso Morales Fernández, os agentes da agência antidrogas estiveram na Fazenda Agro Canaã, no distrito de Cerro Corá, a 40 km de Ponta Porã, mas Valter Martins não foi encontrado.
A propriedade pertence a Marcel Martins Silva, mas, segundo o Ministério Público paraguaio, até pouco tempo atrás estava registrada em nome do Grupo Cristo Rey S.A., que administrava os bens do “barão do tráfico” Jarvis Gimenes Pavão, preso no Brasil há quase sete anos.
Autoridades paraguaias afirmam que os irmãos Martins faziam parte da organização de Jarvis Pavão. Em 2017, Valter Ulisses chegou a ser baleado em atentado a tiros contra pistoleiros de Pavão, em Pedro Juan Caballero.
Suborno e assassinato
Conversas descobertas pela PF durante as investigações revelam que Valter Ulisses subornava policiais paraguaios, teria planejado o assassinato de bandido rival e mandou matar um empregado da quadrilha.
Ele é apontado pela Polícia Federal como o responsável pela logística do esquema e pela compra de drogas de fornecedores sul-americanos. Já o irmão Marcel seria o principal chefe da organização, o “patrão”.
Relatório das investigações conduzidas pela PF apontou que Valter Ulisses teria feito “acerto” de 300 mil dólares com policiais paraguaios para evitar a prisão de integrantes da organização.
Ele também é suspeito de ter mandado matar Lider Ramon Ruiz Dias Recalde, ex-funcionário dos irmãos Martins. O crime ocorreu em 24 de agosto de 2022 em Arroyto, a 145 km de Ponta Porã.
Os autores do assassinato seriam os pistoleiros Walter Ramón Duarte Espínola e Carlos Enrique Centurión Sosa, presos pela Senad uma semana após a morte.
Com eles foi preso o brasileiro Mario David Distefano Fleitas, 31, funcionário dos irmãos Martins. Fleitas seria o responsável pela administração dos imóveis e dos gastos da família naquele país. Mario também foi preso no âmbito da Operação Prime. (Do Campo Grande News)