Na entrada da creche, a cena de carinho com um coleguinha virou violência registrada em vídeo pelo circuito de segurança da Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, situada no Bairro Universitário, durante a manhã desta segunda-feira (11), em Campo Grande.
Na cena, uma menina negra de 4 anos chega para começar o dia "feliz da vida", puxando a mochila de rodinhas. Ao entrar na fila da entrada, ela abraça o amigo que está na frente e segue comportada à espera do sinal de entrada. Até que, de repente, o pai do garotinho invade o pátio, empurra a menina pelas costas, aponta o dedo para o rosto dela e grita. Em seguida, tira o filho do local e vai embora.
Parecendo incrédula, a professora fica paralisada diante da imagem e depois segue a rotina, mas a confusão só estava começando. Antes de invadir o pátio, o homem agrediu a diretora que tentava impedir o pai de entrar em local proibido para os adultos. A servidora acionou a GCM (Guarda Civil Metropolitana), registrou boletim de ocorrência e o caso foi parar na DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).
À polícia, a diretora contou que depois de sair da escola, o homem voltou, entrou na sala dela e admitiu que já tinha dado ordens ao filho para bater na menina, caso ela se aproximasse dele, sem qualquer explicação.
Para a advogada da família da garotinha, Lione Balta Cardozo, se trata de crime de racismo. “É uma criança de 20 quilos, que acabou de entrar na escola. Nem que ela e o menino estivessem brigando, um pai teria o direito de reagir assim. A menina é doce, carinhosa, educada. Não há justificativa para tamanha violência. Essa menina vai ficar marcada para sempre”.
Logo depois da confusão, todos os envolvidos foram até a delegacia, inclusive, o pai. Mas o teor do depoimento não foi divulgado, nem a justificativa dele para a agressão contra uma criança de 4 anos.
“Diretora, professora, cuidadora do pátio... todo mundo que viu a cena prestou depoimento. A criança é tão pequena que foi ouvida pela psicóloga chupando chupeta e com o paninho dela na mão”, relata a advogada. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS