O juiz Milton Zanutto Junior, da 1ª Vara de Bonito, absolveu o ex-secretário de saúde de Dourados, Renato Oliveira Garcez Vidigal, da acusação de violência doméstica e ameaça contra a esposa.
O casal estava em Bonito quando a esposa denunciou Renato. Segundo ela, agressões começaram na piscina do hotel, quando o médico a beliscou na perna e depois jogou bebida no rosto dela. No quarto, teria também ameaçado fazer mal contra o filho da mulher, de 7 anos.
O caso ocorreu no dia 13 de janeiro. A Polícia Militar foi acionada e o ex-secretário acabou preso em flagrante por violência doméstica.
Depois de quase um mês preso, Renato foi liberado em fevereiro deste ano, com uso de tornozeleira, sob a condição de não sair de casa após às 20h. Também ficou proibido de voltar para a residência onde vivia com a mulher, e de se aproximar dela, com distância mínima fixada em 250 metros.
A defesa apresentou imagens de câmeras de segurança que mostram a movimentação no hotel onde o casal estava e também depoimentos de funcionários, para contestar o depoimento da vítima.
O juiz avaliou que “as imagens colhidas pelas câmeras de segurança do local dos fatos, apresentam demasiada dúvida a respeito da dinâmica fática, posto que verificou-se contradições quando comparadas as imagens com os relatos prestados pela vítima, deixando um cenário nebuloso”.
Sobre os depoimentos dos funcionários, a análise é de que “as versões apresentadas pelas testemunhas baseiam-se integralmente nos relatos da vítima, pois nenhuma delas presenciou a ocorrência dos fatos”.
A defesa sustentou falta de provas, justificativa reforçada pelo juiz ao decidir pela absolvição. O magistrado considerou ainda que, foi a esposa quem começou as agredir Renato, que revidou. “A ofendida teria iniciado as agressões em desfavor do acusado, desferindo sucessivos tapas contra ele, o qual aparenta tentar se defender das incursões dela. Após, de fato é possível ver o réu levantando-se, pegando o copo na mesa e diferente do alegado pela ofendida, não arremessando contra sua face, mas despejando o líquido nela e deixando igualmente cair o copo em seu colo”.
Exame de corpo de delito verificou hematomas nos dois. “Laudo pericial no qual fora constatada a existência de lesão corporal de natureza leve na ofendida, igualmente fora formulado laudo pericial no qual fora constatada a existência de lesões no acusado, também de natureza leve”.
O ex-secretário de Saúde já havia sido preso pela Polícia Federal, em 2019, durante a segunda fase da Operação Purificação, acusado de desvio de mais de R$ 500 mil de verba da saúde através da empresa Marmiquente, que fornecia alimentação para a Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde).
Em abril, após a acusação de violência doméstica, ele foi demitido da prefeitura de Dourados, onde era médico concursado. Agora ele atende no setor privado e presta serviços para outros municípios.
CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS