Iniciada no domingo (22), a primavera representa um período de transição entre a seca do inverno e as chuvas do verão na região central do Brasil. Considerada a estação com a maior ocorrência de tempestades de rápida duração, a primavera é capaz de gerar chuvas intensas, fortes rajadas de vento e possibilidade de granizo.
De acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), o período também representa o início da convergência de umidade vinda da Amazônia e retorno mais regular das chuvas, além de ocorrer ainda uma elevação gradativa das temperaturas devido a maior incidência de raios solares.
“Essa combinação faz com que os meses de primavera sejam, historicamente, os mais quentes do ano no Mato Grosso do Sul, em especial, o mês de outubro que é o mês mais quente do ano em vários municípios do Estado”, destaca o órgão.
Apesar do calorão comumente associado ao período, o prognóstico de primavera desenvolvido pelo Cemtec indica que os índices de chuva devem ficar dentro ou próximo da média histórica prevista para o trimestre OND (Outubro-Novembro-Dezembro).
Já quando se trata da temperatura do ar, os valores devem ficar entre acima e muito acima da média para o período, indicando um trimestre mais quente que o normal em Mato Grosso do Sul. Ainda, as condições meteorológicas favorecem a ocorrência de incêndios florestais para os próximos meses.
“Em relação aos dados de previsão de probabilidade de fogo para o período de SON, as regiões pantaneira e sudoeste encontram-se em nível de Alerta Alto e Atenção. Essas condições meteorológicas previstas, para o trimestre SON, são favoráveis para ocorrência dos incêndios florestais”, informa o Cemtec sobre os meses de setembro, outubro e novembro.
O documento também indica 81% de probabilidade para a ocorrência do fenômeno oceânico-atmosférico La Niña. Responsável pelo resfriamento das águas do oceano Pacífico, o acontecimento gera mudanças nos padrões de circulação atmosférica, impactam no regime de chuvas e podem favorecer o surgimento mais frequente de massas de ar frio. Apesar dos impactos, o La Niña não é o único fator que determina as condições climáticas.
De acordo com a média histórica de precipitação esperada para o trimestre em 30 anos, de 1981 a 2010, a chuva esperada para o período varia entre 400 e 500 mm na maioria das regiões. No noroeste do Estado, os acumulados variam entre 300 e 400 mm, já no sul e sudeste a variação ocorre entre 500 e 600 mm.
A respeito da temperatura do ar, a Normal Climatológica da temperatura média esperada para o trimestre OND em 30 anos, de 1981 a 2010, indica que em grande parte do estado os valores deveriam variar entre 24°C e 26°C. Na região noroeste, a variação deveria ser entre 26°C e 28°C, já no extremo sul a temperatura média ficaria entre 22°C e 24°C.