A Polícia Federal, em trabalho conjunto com o MPT (Ministério Público do Trabalho), prendeu em flagrante dois homens envolvidos com aliciamento e prática de trabalho análogo à escravidão, na região de Iguatemi, na fronteira com o Paraguai.
Após levantamento de informações, as equipes da PF e MPT localizaram a fazenda onde encontraram aproximadamente 30 trabalhadores rurais, de nacionalidade paraguaia, mantidos em condições degradantes e análogas à de escravos em lavoura de mandioca. Também foi constatado o fornecimento de moradia precária aos trabalhadores.
Além das inadequadas e abusivas condições de trabalho, a remuneração dos trabalhadores era paga por meio de “vales”, os quais somente eram aceitos em estabelecimento comercial de propriedade do aliciador do grupo criminoso. O esquema criava círculo vicioso que aprisionava as vítimas no local, impedindo ou dificultando o retorno ao Paraguai.
O auto de prisão foi lavrado na Delegacia da Polícia Federal em Naviraí. Os envolvidos foram liberados após pagamento de fiança no valor de R$ 50 mil, imposta pela Justiça Federal.
Os envolvidos respondem pelo crime de submeter indivíduos a condição análoga à de escravo, sujeitando-os a trabalhos forçados ou à jornada exaustiva, submetendo-os a condições degradantes de trabalho, restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador, além da pena correspondente à violência.
A ação também contou com o apoio da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e da Assistência Social de Iguatemi.