Diretor-adjunto absolvido do escândalo dos porcos denominado “A Fazendinha”, o atual diretor da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), Antônio José dos Santos, é alvo de novas denúncias, agora de suposto desvio de pães do café da manhã dos presos. O alimento estaria servindo de ração para tratar galinhas na propriedade do diretor. O caso é mais um no histórico de escândalos que marca o maior presídio de Mato Grosso do Sul.
Conforme documento ao qual o Dourados Informa teve acesso, no dia 3 de junho deste ano houve princípio de rebelião dos presos do raio II por causa da falta reiterada de pães no café da manhã. O raio II abriga internos ligados à facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
Na ocasião, foi feita diligência por dois chefes de equipe e policiais penais até o setor de padaria da PED, onde foram constatados 560 pães ensacados. Segundo os presos que trabalham no setor, os pães estavam endereçados ao galinheiro da propriedade particular do diretor Dos Santos. Boa parte dos pães teria sido assada no dia anterior, ou seja, estava em condições de consumo humano.
Questionados pelos policiais penais, os presos trabalhadores do setor da padaria relataram que seira “ordem expressa” da administradora Cristiane e do policial penal Antiqueira, pois aqueles pães ensacados eram para as galinhas do diretor. Também afirmaram que eram terminantemente proibidos de retirar pães daqueles sacos separados para suprir a falta do alimento nos raios da PED.
Conforme a atual denúncia – também levada à ouvidoria do Governo de Mato Grosso do Sul – a diligência no setor da padaria foi testemunhada por parte da equipe de plantão e policiais penais que cumpriam hora-extra no dia da ocorrência. O material ensacado também foi fotografado e filmado.
Segundo as denúncias, esse mais recente escândalo demonstra que Antônio José dos Santos é “reincidente e contumaz”, pois já foi envolvido em outro escândalo, “A fazendinha da PED”. Naquele caso, o diretor foi acusado de uso ilegal de mão de obra dos presos para criação de porcos na granja instalada ao lado do presídio. Restos de alimentos dos presos eram usados para tratar os animais.
Apesar de processo administrativo disciplinar ter apontado a irregularidade no caso dos porcos, o desfecho do processo foi pela absolvição de Antônio José dos Santos, que permanece no cargo apesar de mudanças no comando da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
Até agora, a Agepen não se manifestou sobre a denúncia de desvio dos pães para o galinheiro da propriedade do diretor.