Morreu na manhã desta sexta-feira, em São Paulo, o ex-piloto Wilson Fittipaldi. Ele tinha os 80 anos.
Wilsinho, como era conhecido, havia sido internado em dezembro após engasgar durante uma refeição. A família ainda não divulgou informações a respeito de velório e sepultamento.
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Como piloto, Wilsinho construiu uma carreira de sólidos resultados no Brasil, correndo tanto em monopostos quanto em carros de turismo, antes de tentar a sorte na Europa. Entre idas e vindas, passou por categorias como as antigas Fórmula 3 e Fórmula 2, chegando à Fórmula 1 em 1972.
Foram duas temporadas na Brabham, correndo ao lado de nomes como Graham Hill e Carlos Reutemann. No primeiro ano, não marcou pontos. No segundo, somou três, com um sexto lugar na Argentina e uma quinta colocação na Alemanha.
Sem espaço para crescer na equipe, afastou-se do grid no começo de 1974 para fundar o próprio time. Assim, em 1975, nascia a Fittipaldi, conhecida principalmente pelo nome da patrocinada Coopersucar. No primeiro ano, Wilsinho foi o titular da própria escuderia, sem pontuar.
A partir de 1976, Wilsinho se concentrou no trabalho de dirigir a equipe. Para o posto de piloto, trouxe o irmão, Emerson, que havia sido campeão em 1972 pela Lotus e em 1974 pela McLaren. O também brasileiro Ingo Hoffmann foi inscrito como segundo piloto de diversas provas ao longo da temporada. Emerson somou pontos em três GPs, sempre repetindo o sexto lugar: EUA-Oeste, Mônaco e Inglaterra.
A equipe permaneceu no grid até o fim de 1982, contando ainda com nomes como Keke Rosberg (1980 e 1981) e Chico Serra (1981 e 1982). No melhor momento, levou Emerson ao segundo lugar do GP do Brasil de 1978. Teve ainda dois pódios com o bicampeão, ambos em 1980, nos GPs da Argentina e dos EUA-Oeste.
Wilsinho ainda voltou a pilotar entre as décadas de 1980 e 1990, disputando provas da Stock Car no Brasil. Passou também a cuidar da carreira do filho, Christian Fittipaldi, que esteve na F1 (1992 a 1994) e na Indy (1995 a 2002). Com Christian, Wilsinho disputou e venceu as Mil Milhas Brasileiras, em Interlagos, com um Porsche 911. A prova foi criada na década de 1950 por Wilson Fittipaldi, pai de Emerson e Wilsinho.
Wilsinho era filho de Wilson Fittipaldi, o Barão, com longa trajetória como piloto, radialista e dirigente. Ao longo de décadas, Wilson trabalhou nas transmissões da Rádio Panamericana e como comentarista da TV Record. Morreu em 2013, aos 92 anos.
Wilson era pai de Wilsinho e Emerson Fittipaldi. Wilsinho, por sua vez, era pai de Christian. Já Emerson teve sete filhos, de três casamentos – entre eles, Emerson Jr., piloto, e Tatiana, casada com o piloto italiano Max Papis.
De outra filha, Juliana, nasceram dois netos de Emerson: Pietro e Enzo Fittipaldi. O primeiro chegou a correr na F1 pela Haas e disputará a temporada 2023 da Indy, enquanto o segundo disputará o campeonato de 2023 da Fórmula 2.