Antes da menina de 2 anos, espancada e morta pelo padrasto Christian Campoçano Leitheim, 25 anos, ao menos 21 crianças entre 0 e 17 anos tiveram mortes violentas em 2022, uma delas sendo "Estrelinha". O crime contra a pequena moradora do Bairro Coronel Antonino aconteceu em janeiro deste ano e não entrou nos dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (20).
Conforme o levantamento, Mato Grosso do Sul registrou 38 mortes violentas de crianças entre 0 e 17 anos em 2021, já em 2022 foram 21, que representa uma queda de 44,7%. Deixando o Estado em segundo no ranking nacional, atrás do Amapá com uma queda de 65,9%. Já o maior aumento no país foi em Sergipe com 95,5%.
Dos casos registrados em Mato Grosso do Sul em 2022, 5 vítimas tinham entre 0 e 11 anos e 16 entre 12 e 17 anos, queda de 58,3% e 38,5%, respectivamente. Em números absolutos, no Brasil, foram 2.489 mortes violentas em 2022 contra 2.555 em 2021, uma queda de 2,6% a nível nacional.
Os dados revelam também que, no ano passado, Mato Groso do Sul registrou aumento nos registros de lesão corporal dolosa contra crianças de 0 a 17 anos, no contexto de violência doméstica. Sendo 453 casos contra 434 em 2021, crescimento de 4,4. No entanto, no recorte por faixa etária, houve queda de 24,4% nas vítimas até 4 anos, 31,8% entre 5 e 9 anos e 14,6% entre 14 e 17 anos.
Já entre crianças de 10 a 13 anos foram registrados 158 casos em 2022, contra 75 em 2021, ou seja, um aumento de 110,7%, deixando Mato Grosso do Sul atrás apenas do Amazonas que teve um crescimento de 900% entre os dois anos. Em números absolutos, o Brasil apresentou aumento de 3,5% em crimes de lesão corporal contra crianças, sendo 14.856 em 2021 e 15.370 ano passado.
Ainda segundo o levantamento, o campeão entre os crimes não letais é o estupro de vulnerável, com 51.971 registros em 2022, em segundo lugar entra os maus-tratos com 22.527, seguido pela lesão corporal. Depois, vem o abandono de incapaz com 9.348 casos e, no final da lista, seguem a pornografia infantil com 1.630, exploração sexual com 889 e abandono material com 879 registros.