O despachante campo-grandense David Cloky Hoffamam Chita, investigado no âmbito da Operação Vostok, em 2018, é um dos alvos da Operação 4º Eixo, deflagrada hoje (12) pela Polícia Civil para desmantelar esquema de fraude na regularização de caminhões no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul).
Segundo o site Campo Grande News, hoje de manhã, policiais do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) fizeram buscas no endereço dele na Capital. David Hoffamam não estava em casa. Ele é sócio proprietário do David Despachante, no bairro Amambaí.
Além de David Hoffamam, são alvos da operação o ex-diretor da agência do Detran-MS em Ponta Porã, Renato de Oliveira Saad, 41, um servidor da ativa do órgão de trânsito (afastado pela Justiça) e o despachante de Dourados João Ney Pereira da Silva. Ele já tinha sido alvo de mandado de prisão na primeira operação sobre o esquema, em novembro de 2022.
Segundo a polícia, as investigações da Operação 4º Eixo são conduzidas pela 2ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã. O caso começou a ser apurado há dois anos, pela Corregedoria de Trânsito do Detran-MS. Diversos documentos de interesse da investigação, computadores e celulares foram apreendidos nos imóveis vasculhados.
Vostok
Em 2018, David Hoffamam foi investigado no âmbito da Operação Vostok, deflagrada pela Polícia Federal para apurar suposto pagamento de propina por parte da JBS em troca de incentivos fiscais em Mato Grosso do Sul.
Na planilha entregue na delação premiada à Operação Lava Jato, os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, relataram que o pagamento de propina teria ocorrido durante três governos diferentes. O esquema envolvia emissão de notas “frias”.
David Hoffamam é um dos sete réus no processo em andamento na 4ª Vara Criminal de Campo Grande, sobre suposto roubo de R$ 300 mil, em 27 de novembro de 2017.
Segundo denúncia do Ministério Público, o dinheiro seria usado para comprar o silêncio do corretor de gado José Ricargo Guitti Guímaro, o “Polaco”, que na época ameaçava fazer delação premiada para entregar o esquema envolvendo políticos e empresários. O julgamento estava previsto para maio deste ano, mas foi adiado pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna após dois réus perderem prazos do processo. (Com Campo Grande News)