Indígenas Guarani e Kaiowá ocuparam a sede da Fazenda Inho, que fica no território Laranjeira-Ñanderu, em Rio Brilhante, na madrugada desta sexta-feira (3). Equipes da PM (Polícia Militar) já estão no local, mas não há até momento nenhum indício de conflito.
De acordo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), são cerca de 300 famílias nas duas comunidades que ficam no entorno da fazenda. Parte desses indígenas estão na fazenda ao lado e a outra parte no fundo da propriedade que teve a sede ocupada.
Os policiais chegaram na retomada ainda pela manhã e para o assessor jurídico do Cimi Anderson Santos, além de ilegal, a ação tem potencial de grave situação de violência contra os indígenas. Vídeo mostra parte dos barracos montados na fazenda e viaturas da PM no local.
“Os indígenas já levantaram barracos de lona e se estabeleceram no local. A Polícia Militar está ameaçando despejo sem ordem judicial e no último episódio que isso aconteceu, o indígena Vitor Fernandes foi assassinado e dezenas de pessoas foram feridas na retomada Guapoy em Amambai no ano passado”, afirmou o assessor jurídico.
Em fevereiro do ano passado, as famílias da comunidade tentaram retomar parte do território localizado na fazenda, os indígenas ocuparam as imediações da sede da propriedade. E, conforme o Cimi, a ação foi uma resposta " à iniciativa de políticos, fazendeiros e agentes de sindicatos patronais locais que pretendiam estabelecer um assentamento rural dentro da área reivindicada e em processo de identificação como terra indígena", diz nota divulgada pelo Conselho.
Ao Campo Grande News, a Polícia Militar informou que as equipes estão no local apenas para evitar conflitos e nega qualquer ameaça por parte da corporação. A reportagem também tentou contato com o dono da propriedade e aguarda o retorno.