Termina às 14h (horário de MS) desta quarta-feira (3) a primeira etapa do leilão de 11 imóveis que fazem parte do espólio do ex-prefeito de Dourados Ari Valdecir Artuzi. Determinado pela 4ª Vara Cível, o leilão visa arrecadar dinheiro para pagar dívidas cobradas por credores na Justiça e valores de ações de improbidade administrativa nas quais o ex-prefeito foi condenado.
Morto em decorrência de câncer no intestino em agosto de 2013, Artuzi foi vereador e deputado estadual antes de assumir a administração de Dourados. No cargo, foi personagem principal do maior escândalo de corrupção da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, investigado no âmbito da Operação Uragano, deflagrada em setembro de 2010.
Estão sendo leiloados 4 imóveis rurais que formam a Fazenda Revolta, localizada na região de Porto Cambira. A propriedade de 150 hectares ficou conhecida um ano após a prisão e renúncia de Artuzi por causa de animais apreendidos pela Justiça morrendo de fome por falta de cuidado. Os imóveis foram avaliados pela Justiça em R$ 11,7 milhões.
Também fazem parte do leilão sete imóveis urbanos localizados em bairros de Dourados, avaliados em R$ 1,87 milhão. Entre eles está a casa onde Artuzi morava, no Jardim Canaã I.
Determinado pela juíza Daniela Vieira Tardin, da 4ª Vara Cível, o leilão é virtual e se não houver lance, será aberta imediatamente a segunda praça, com lances partindo de 60% no valor de avaliação. Esse novo prazo, caso não tenha interessado na primeira praça, vai até o dia 15 deste mês.
O Campo Grande News apurou que metade do valor levantado no leilão ficará com a ex-primeira-dama de Dourados, Maria Aparecida Freitas. A defesa dela, feita pelos advogados Noemir Felipetto e Luzia Hirata, conseguiu provar que o patrimônio do ex-prefeito foi adquirido durante a união estável do casal. Por isso, Maria fica com metade do valor dos bens.
O montante que sobrar após o pagamento das dívidas será dividido entre os demais herdeiros – Marinete Alves Bezerra Artuzi, com quem Ari Artuzi estava casado quando morreu, as duas filhas dele com Maria Freitas e dois filhos reconhecidos através de exames de DNA após a morte do ex-prefeito. Existe terceiro pedido de reconhecimento de paternidade, ainda em andamento. A lista de bens está disponível no site www.leiloesonlinems.com.br.
Em 2021, 11 anos após a Operação Uragano, o TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que esquema, montado na prefeitura durante a gestão de Ari Artuzi com participação de vereadores e empresários, desviou R$ 25,2 milhões em recursos federais destinados à saúde do município.
Segundo a auditoria, os convênios fraudulentos foram assinados em 2009 e 2010 entre o município e a Associação Beneficente Douradense. Até agora, 24 sentenças já foram expedidas pela Justiça contra denunciados na Operação Uragano.
Crédito: Campo Grande News